ATA DA VIGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 09-4-2012.

 


Aos nove dias do mês de abril do ano de dois mil e doze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Todeschini, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Elói Guimarães, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, José Freitas, Kevin Krieger, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Maria Celeste, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Paulinho Rubem Berta, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença e Valter Nagelstein. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Alceu Brasinha, DJ Cassiá, Dr. Goulart, Engenheiro Comassetto, Haroldo de Souza, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Pedro Ruas, Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Waldir Canal. Após, foram apregoados os seguintes Ofícios, do senhor Prefeito: nº 308/12, informando que se ausentará do Município das dezessete horas e dezoito minutos de amanhã às vinte e três horas do dia onze de abril do corrente, quando participará de reunião no Ministério das Cidades, a ser realizada em Brasília – DF –; e nº 311/12, solicitando o desarquivamento do Projeto de Lei do Complementar Executivo nº 014/11 (Processo nº 4036/11). Também, foi apregoado o Memorando nº 014/12, de autoria do vereador Adeli Sell, deferido pelo senhor Presidente, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, hoje, em reunião do Comitê Estadual de Mobilização pela Segurança no Trânsito, às quatorze horas, no Auditório da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul – FAMURS – em Porto Alegre. Do EXPEDIENTE, constaram Ofícios do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde, emitidos nos dias cinco e seis de março do corrente. Durante a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Décima e Décima Primeira Sessões Ordinárias e da Primeira e Segunda Sessões Solenes. A seguir, foi apregoado Requerimento de autoria do vereador João Carlos Nedel, solicitando Licença para Tratamento de Saúde do dia de hoje ao dia vinte e dois de abril do corrente, tendo o senhor Presidente declarado empossado na vereança o suplente Reginaldo Pujol, informando que sua senhoria integrará a Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL. Após, o senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao padre Paulo José Dalla Rosa, que, representando a Paróquia São Jorge, divulgou atividades a serem desenvolvidas durante o mês de abril do corrente, referentes à 59ª Festa de São Jorge. Em continuidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, os vereadores Professor Garcia, Tarciso Flecha Negra, Luiz Braz, Reginaldo Pujol, Elói Guimarães, Airto Ferronato, Beto Moesch e Engenheiro Comassetto manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e quarenta e sete minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e quarenta e oito minutos. A seguir, por solicitação do vereador Professor Garcia e da vereadora Maria Celeste foi efetuado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao padre Olavo Moesch, falecido no dia sete de abril do corrente, e à senhora Vera Vargas, falecida no dia de ontem. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o vereador João Antonio Dib. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciaram-se o vereador Reginaldo Pujol, em tempo cedido pelo vereador Sebastião Melo, e a vereadora Sofia Cavedon. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o vereador Reginaldo Pujol. Em prosseguimento, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado à entrega da Comenda Porto do Sol ao senhor Manoel Vieira da Roza, nos termos do Projeto de Resolução nº 030/09 (Processo nº 4028/09), de autoria do vereador Dr. Thiago Duarte. Em COMUNICAÇÕES, pronunciou-se o vereador Dr. Thiago Duarte. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o vereador Dr. Thiago Duarte. Após, o senhor Presidente concedeu a palavra ao senhor Nilton Ribeiro da Roza, filho do Homenageado, que agradeceu a Comenda concedida por esta Casa ao senhor Manoel Vieira da Roza. Em continuidade, o senhor Presidente convidou o vereador Dr. Thiago Duarte para proceder à entrega, ao senhor Manoel Vieira da Roza, da Comenda Porto do Sol. Às quinze horas e quarenta e seis minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e quarenta e oito minutos. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores Professor Garcia, Luiz Braz, Maria Celeste, Elias Vidal, este em tempo cedido pelo vereador Mauro Pinheiro, e Reginaldo Pujol, este em tempo cedido pelo vereador Mario Manfro. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Alceu Brasinha e Paulinho Rubem Berta. Na ocasião, o vereador João Antonio Dib formulou Requerimento verbal, indeferido pelo senhor Presidente, solicitando a concessão de tempo para nova manifestação da Bancada do PDT em Comunicação de Líder. Também, o vereador Dr. Thiago Duarte formulou Requerimento verbal, indeferido pelo senhor Presidente, solicitando tempo para novo pronunciamento em Comunicação de Líder. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se a vereadora Sofia Cavedon e os vereadores Nelcir Tessaro, Valter Nagelstein, Engenheiro Comassetto e João Antonio Dib. Às dezessete horas, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. A seguir, foi aprovado Requerimento de autoria da vereadora Maria Celeste, solicitando o adiamento, por uma Sessão, da discussão do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 013/10 (Processo nº 2255/10). Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Executivo nº 063/11 (Processo nº 3984/11), o qual, após ser discutido pelos vereadores Sofia Cavedon, Valter Nagelstein, Carlos Todeschini, João Antonio Dib e Maria Celeste, teve adiada sua discussão por três Sessões, a Requerimento, aprovado, de autoria do vereador João Antonio Dib. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Executivo nº 063/11, o vereador Engenheiro Comassetto cedeu seu tempo de discussão à vereadora Sofia Cavedon. Após, por solicitação do vereador Reginaldo Pujol, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao senhor Farid Germano, falecido no dia sete de abril do corrente. Em Discussão Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 005/11 (Processo nº 3594/11). Foi aprovada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 005/11, por vinte e sete votos SIM, em votação nominal solicitada pelo vereador Haroldo de Souza, tendo votado os vereadores Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Goulart, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, José Freitas, Kevin Krieger, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Maria Celeste, Mario Manfro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença e Valter Nagelstein. Foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 005/11, por vinte e cinco votos SIM, em votação nominal solicitada pelo vereador Haroldo de Souza, tendo votado os vereadores Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, DJ Cassiá, Dr. Thiago Duarte, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, José Freitas, Kevin Krieger, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Maria Celeste, Mario Manfro, Nelcir Tessaro, Professor Garcia, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença, Valter Nagelstein e Waldir Canal. Na oportunidade, o vereador Reginaldo Pujol registrou sua intenção de votar favoravelmente ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 005/11. Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº 010/12 (Processo nº 0435/12). Às dezessete horas e quarenta e um minutos, o senhor Presidente declarou encerrada a Ordem do Dia. Em PAUTA, Discussão Preliminar, 1ª Sessão, estiveram o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 023/08, discutido pelos vereadores Sofia Cavedon, Márcio Bins Ely e Maria Celeste, os Projetos de Lei do Legislativo nos 045/12, 237/11, este discutido pelos vereadores Márcio Bins Ely, Dr. Thiago Duarte e Reginaldo Pujol, 050/12, discutido pelo vereador Reginaldo Pujol, e 056/12, discutido pelos vereadores Márcio Bins Ely e Reginaldo Pujol, e os Projetos de Resolução nos 008 e 009/12, discutidos pelo vereador Reginaldo Pujol. Durante a Sessão, os vereadores Mauro Pinheiro, João Antonio Dib, Alceu Brasinha, Paulinho Rubem Berta e Reginaldo Pujol manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Também, foi registrada a presença, neste Plenário, do senhor Mathias Nagelstein, ex-Chefe da Casa Civil do Estado do Rio Grande do Sul. Às dezoito horas e quatorze minutos, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Mauro Zacher, Haroldo de Souza e Carlos Todeschini e pelaa vereadora Maria Celeste e secretariados pelo vereador Carlos Todeschini. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelos senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. João Carlos Nedel solicita Licença para Tratamento de Saúde no período de 09 a 22 de abril de 2012. A Mesa declara empossado o Suplente, Ver. Reginaldo Pujol, que integrará a Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul - CEFOR.

O Sr. 1º Secretário procederá à leitura das proposições apresentadas à Mesa.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO (Carlos Todeschini): (Lê as proposições apresentadas à Mesa.)

O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

O Padre Paulo José Dalla Rosa, representando a Paróquia São Jorge, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos, para divulgar a 59ª Festa de São Jorge.

 

O SR. PAULO JOSÉ DALLA ROSA: Sr. Presidente da Câmara de Vereadores, Ver. Mauro Zacher; também saúdo os demais Vereadores aqui presentes.

Ainda celebramos as festas da Páscoa, a festa da ressurreição do Senhor. E a Igreja tem a missão de ser continuadora daquele anúncio: “Aquele a quem vós procurais não está mais aqui, mas ressuscitou”. E, também, quando as santas mulheres vão ao túmulo e dizem: “Nós vimos o Senhor, Ele vive!”. Queremos, nesta saudação, desejar a todos, neste tempo pascoal - como chamamos - uma feliz e santa Páscoa!

Não poderíamos de deixar de citar, também, neste dia, o Padre Olavo Moesch, que por 15 anos esteve à frente da Paróquia São Jorge e veio a falecer no sábado passado. Nós percebemos o grande bem que ele realizou naquela Paróquia e o grande bem que realizou para a comunidade de Porto Alegre - inclusive, o Padre Olavo Moesch era tio do Ver. Beto Moesch - pelo grande número de paroquianos que, no sábado, estiveram no Seminário de Gravataí, onde estava sendo velado, para prestar a última homenagem a esse grande Padre.

Ao cumprimentar todos, queremos agradecer, mais uma vez, a esta Casa, e, de modo especial, ao Ver. Professor Garcia, autor do Projeto de Lei nº 8.243, de 10 de dezembro de 1998, que instituiu a inclusão da Festa de São Jorge no Calendário de Eventos Oficiais da cidade de Porto Alegre. Essa Festa é realizada anualmente no bairro Partenon.

A Paróquia São Jorge tem a honra de convidar todos os presentes para participarem da 59ª Festa de São Jorge, que está sendo realizada no período de 1º a 29 do corrente, com diversas atividades em comemoração a esse grande Santo, nosso padroeiro.

Dia 1º de abril, no domingo, iniciaram as atividades, quando a imagem do Santo foi levada até à Redenção, uma forma de divulgação da 59ª Festa de São Jorge.

Temos, este ano, a expectativa de que cem mil pessoas passem pela Paróquia durante o mês de abril.

Dia 15, domingo próximo, teremos a terceira edição da Corrida e Caminhada de São Jorge. No ano passado, 670 corredores participaram dessa corrida. A expectativa deste ano é muito boa, acredita-se que o número de participantes será superado. Quando aconteceu a primeira corrida de São Silvestre, ela era bem pequenina; era um pequeno número de corredores. Hoje, é uma das maiores do mundo e é dedicada ao Papa São Silvestre. A própria corrida de São Sebastião, no Rio de Janeiro, começou pequenina e, hoje, é uma das maiores do Rio de Janeiro – este é um santo dedicado à Igreja. A corrida de São Jorge também começou bem pequena, mas, a cada ano, vem crescendo. Oxalá possa também crescer a cada ano e se tornar uma corrida dedicada também a esse grande Santo.

No próximo dia 14, sábado, iniciaremos, às 19h30min, a novena em honra a São Jorge, que deverá se estender até o dia 22. No dia 23, Dia do Santo, teremos missa de duas em duas horas, com bênçãos e distribuição dos pãezinhos, a partir das 8h até as 20h. Após a missa das 20h, teremos a 3ª Procissão Luminosa, no trajeto Rua Dr. Salvador França, Av. Ipiranga, retornando novamente à Paróquia. No dia 29, realizaremos a Missa Campal, às 9h30min, com a presença do Sr. Arcebispo Metropolitano. E, logo após, a procissão pelas ruas do bairro. Para maiores esclarecimentos, os senhores receberam o fôlder que traz a explicação dessa grande festa da cidade de Porto Alegre.

Sr. Presidente e Srs. Vereadores, sabemos que a cidade de Porto Alegre cresceu junto a um povo de fé. O povo de Porto Alegre é um povo que expressa a sua fé. Se nós olharmos o próprio bairro Partenon, nós temos lá três grandes momentos de expressão de fé do povo: a própria procissão do Morro da Cruz, a Festa de São Jorge e, também, a Festa de Santo Antônio. O povo porto-alegrense é um povo de fé, é um povo que caminha e que luta, que se sente entusiasmado e motivado através de sua expressão de fé.

Lembrando aos senhores, no ano passado, num grupo de 42 pessoas, estivemos em Israel, na localidade de Lod, onde se encontra o túmulo de São Jorge. Foi um momento de profunda expressão de fé e de profunda comoção.

Lá em Israel, pesquisando junto com os ortodoxos a figura de São Jorge, o porquê do dragão, o porquê daquela princesinha, a explicação que mais achei interessante foi a que nos deu o padre ortodoxo: “Olha, Padre, o dragão era o momento difícil em que a Igreja se encontrava”. Por isso é que São Jorge, a partir da sua conversão, passa a testemunhar e a defender a fé, a defender Jesus Cristo. E quando a gente olha para alguns santos e vê que eles têm a palma nas mãos, é o sentido figurado de dizer que foram martirizados, receberam a palma do martírio. Para São Jorge foi colocado o dragão para dizer que combate o mal! A Princesinha que há nas imagens dos quadros significava a fragilidade da Igreja, o momento frágil em que a Igreja se encontrava. Então, São Jorge, nesse momento de fragilidade da Igreja, torna-se o grande defensor da fé, o grande anunciador de Jesus Cristo.

Também queremos lembrar que a Igreja São Jorge é procurada por muitos que cultuam as religiões afro-descendentes, por muitos pais de Santo, pelas casas de umbanda - na expressão popular -, e criamos um diálogo bonito.

Nós, através do diálogo, cada um de nós, cristãos batizados, cristãos convertidos, somos chamados a ter a missão - através dos nossos santos, e hoje, de modo especial, São Jorge - de divulgarmos, de anunciarmos Jesus Cristo, que foi aquele que morreu, e de quem celebramos a ressurreição.

Por isso, mais uma vez, em nome do Conselho Paroquial, das mais de 200 pessoas que se envolvem nesta Festa, queremos agradecer a esta Casa o apoio que sempre nos deu, em todos os aspectos, e também, pelo número de pessoas que passa pela Paróquia de São Jorge, podemos dizer que já é, dentre tantas, uma grande festa da cidade de Porto Alegre.

Não podemos deixar, novamente, de agradecer ao Vereador Professor Garcia, que foi um dos grandes apoiadores, um dos grandes incentivadores da Festa de São Jorge, aqui em Porto Alegre.

Entrei em contato com o padre da Paróquia São Jorge de São Paulo, e com o pároco do Rio de Janeiro, também, e eles disseram que tinham notícias do grande crescimento da Festa de São Jorge, em Porto Alegre.

Foram realizadas pesquisas nas paróquias existentes no mundo todo, e aqui em Porto Alegre, ou melhor, no Rio Grande Sul, a primeira expressão de devoção a São Jorge foi trazida pelos italianos, de barco, que saiu de Pádova e chegou à Serra Gaúcha, hoje cidade de Veranópolis, no interior de Veranópolis. É a primeira expressão de fé que temos desse santo, que se espalha já por todo o Estado do Rio Grande do Sul, por todo o Brasil. Temos grandes ideias para os 60 anos da Paróquia São Jorge, já entramos em contato – porque temos que dar diversão para o povo – com o Zeca Pagodinho, que provavelmente estará conosco celebrando os 60 anos da Paróquia São Jorge, no ano que vem.

Presidente Mauro Zacher, Vereadores e demais presentes nesta Casa, agradeço a atenção, e reforço o convite para participarem conosco da grande Festa de São Jorge. Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Obrigado, Padre Paulo, convido-o a fazer parte da Mesa.

O Ver. Professor Garcia está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Prezado Presidente; prezado Padre Paulo; caro Aldo, Presidente do Conselho Paroquial; demais paroquianos, quero, primeiro, dizer do nosso sentimento pela perda do Padre Olavo. E solicito, Presidente, que, depois de todos os pronunciamentos, pudéssemos fazer um minuto de silêncio ainda com a presença do Padre Paulo aqui. Lembro que o Padre Olavo, quando propusemos a Festa no Calendário Oficial, foi muito resistente para que mudássemos e fizéssemos as procissões aos domingos; hoje nós sabemos que é a segunda procissão do nosso Estado. Temos a certeza de que em breve vamos alcançar o número de cem mil. O Padre Paulo já fez o convite, mas eu tenho um convite especial: no dia 23, dia de São Jorge, às 19h30min, durante a missa, esta Casa, através deste Vereador como proponente, vai entregar o Prêmio de Honra ao Mérito ao Padre Paulo. Então gostaria de convidar todos os Vereadores para que estivessem lá no dia 23, aqueles que pudessem ir a alguns dos dias, pelo menos no da procissão, mas principalmente no dia 29, que é o dia da procissão. Mais uma vez, Padre Paulo, queremos parabenizá-lo pelo seu trabalho que, nesse curto espaço lá na Igreja, conquistou cada uma e cada um dos paroquianos, levando, inclusive, além fronteiras, a memória de São Jorge. Parabéns, eu falo aqui em nome do nosso Partido, o PMDB, e dos Vereadores Idenir Cecchim, Valter Nagelstein, Sebastião Melo e Haroldo de Souza, e do Ver. João Bosco Vaz, em nome do PDT. Um abraço.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Obrigado, Sr. Presidente, parabéns ao Padre Paulo pelo seu trabalho. Quero dizer que morei por três anos na Rua São Manoel e muito frequentei a Igreja São Jorge, esse santo que é o guerreiro dos atletas, dos cantores, e como V. Sa. disse, terá, no próximo aniversário, a presença do Zeca Pagodinho. O Rio de Janeiro festeja muito São Jorge, e na religião afro ele é tido como Oxóssi, aquele guerreiro que não para nunca. Parabéns a esse Santo neste mês de abril, que tem que ser muito festejado, e no dia 29, quando da procissão, lá estarei para deixar também o meu abraço, em nome da Bancada do PSD e dos Vereadores Ver. Nelcir Tessaro e Bernardino Vendruscolo. Queremos também aqui cumprimentar esse grande Santo da Igreja São Jorge. Parabéns.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Luiz Braz está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Mauro Zacher, quero cumprimentar o Padre Paulo, que aqui está nos honrando com sua presença, e cumprimentar o Ver. Professor Garcia, que nos dá essa oportunidade de fazermos todas essas homenagens à Igreja São Jorge, também reverenciando a procissão de São Jorge, e eu falo aqui também em nome do meu companheiro Ver. Mario Manfro, do PSDB. Sou vizinho da Igreja São Jorge, moro ali na Av. Aparício Borges, e como costumo correr naquele corredor do ônibus, principalmente, nos finais de semana, tenho a oportunidade de vislumbrar ali a Igreja de São Jorge, que está ficando cada vez mais bonita. A procissão é um marco muito importante para todos nós desta Cidade.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, eu quero cumprimentar o Padre Paulo José Dalla Rosa, e, ao mesmo tempo, enfatizar esses cumprimentos que são extensivos a todos os paroquianos da Paróquia de São Jorge, que, na sua unidade e sob a sua forte liderança, realizam, este ano, mais uma vez no mês de abril, esses festejos, que atingem a sua 59ª edição. É mais de meio século – quase 60 anos –, é muito tempo, é muita raiz, é muita tradição, é muita fé e, sobretudo, é uma reafirmação pública do bairro Partenon, que, historicamente, reúne-se em torno da Igreja de São Jorge, tradicional igreja que, como muito bem dito anteriormente, está sendo remodelada; está muito bonita, mas, mais do que bonita, ela tem guardada dentro de si uma história do Bairro, uma história daquela comunidade.

Eu quero cumprimentá-lo, sei que o senhor assumiu há pouco essa liderança, mas já a faz com muito fervor, muita fé e muita determinação. Vida longa para a nossa Festa de São de Jorge! E a certeza de que, nesta Casa, onde ressoam todos os bons e maus momentos legislados, é um dia de muita alegria na ocasião em que comparece alguém em nome da comunidade da Igreja de São Jorge, do Partenon, para fazer a exortação de todas as atividades que se iniciaram no primeiro dia de abril e que vão ter uma ênfase muito mais forte a partir do dia 14. Meus cumprimentos, e a certeza de que a Casa do Povo se rejubila, não só os Democratas, todos os Vereadores se rejubilam em poder recebê-lo no dia de hoje e, certamente, haverá, juntamente com o Garcia, de se integrar a essa série de acontecimentos festivos que o período registra. Meus cumprimentos.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra, nos termos do artigo 206 do Regimento.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente; Padre Paulo, em nome do PTB e dos Vereadores Alceu Brasinha, Dr. Goulart e DJ Cassiá, a nossa homenagem a V. Sa. e a grande homenagem a essa figura da Igreja, que é o nosso guerreiro São Jorge, cuja procissão vem se tornando todos os anos num crescendo. Isso se dá exatamente pela fé das pessoas em São Jorge, e como símbolo é importante. Vejam aqui São Jorge afastando o dragão (Mostra revista.), ou seja, o bem na luta contra o mal. Os símbolos são importantes, como o Cristo que está aqui entre nós é extremamente importante. Então receba a nossa saudação, a nossa homenagem e os cumprimentos pelo trabalho que faz à frente, hoje, da Igreja São Jorge.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Meu caro Presidente, faço uma saudação a V. Exa., saudando especialmente o nosso Padre Paulo e a comunidade que está conosco na tarde de hoje. É bom, em uma segunda-feira, um dia após a Páscoa, nós ouvirmos e conversarmos sobre questões religiosas. O senhor fala na religiosidade do povo de Porto Alegre, com o que eu concordo na íntegra. Em meu nome particular, em nome do meu Partido, eu quero trazer um abraço ao senhor, a toda comunidade e dizer que bom que Porto Alegre tem seus eventos. E dentre os eventos que Porto Alegre realiza, os eventos que têm um cunho religioso sempre têm um fluxo de pessoas bastante grande, que atraem o cidadão de Porto Alegre. Isso mostra a importância de Porto Alegre como cenário religioso, a importância de todos nós envolvidos nesse cenário e a importância que o povo de Porto Alegre dá às ações de religiosidade da nossa Cidade.

Por isso eu quero trazer a minha saudação, registrando a importância da Festa de São Jorge. Quando nós registramos a Festa, nós estamos reverenciando o Santo, e, quando reverenciamos o Santo, reverenciamos o cidadão e a cidadã porto-alegrense que tem, sim, um interesse todo especial e um envolvimento carinhoso nesse contexto de religiosidade, fé e eventos, inclusive, e, principalmente, festivos. Saudação! Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Beto Moesch está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Padre Paulo, muito importante a sua presença aqui para mostrar a importância das festividades de São Jorge em Porto Alegre. Antes de mais nada, quero agradecer suas palavras com relação ao meu tio, Padre Olavo Moesch, e confesso que foi por causa dele que eu tanto me dediquei, tanto me inteirei com a Paróquia de São Jorge, que tem uma comunidade muito empenhada, muito organizada; o que todo o clero deseja é que haja comunidade que ajude, que pegue junto, como faz a comunidade da Igreja São Jorge – tenho certeza de que o senhor concorda com isso; por outro lado mostra, como os demais Vereadores referiram aqui, a tradição de São Jorge em Porto Alegre. Aprendi, como dizia o Padre Olavo, que nós todos deveríamos ser São Jorge, porque o dragão, o que é? O egoísmo, a degradação, a miséria, a injustiça, a poluição, os problemas que enfrentamos. Dizia ainda o Padre Olavo que todos nós deveríamos ter o espírito de São Jorge para combater tudo isso e conseguirmos um mundo com mais paz, com mais justiça. Obrigado. Parabéns!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Obrigado.

O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra, nos termos do art. 206.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, prezado Padre Paulo Dalla Rosa, em nome da nossa Bancada, a Bancada do Partido dos Trabalhadores – das Vereadoras Sofia Cavedon, Maria Celeste e dos Vereadores Adeli Sell, Mauro Pinheiro, Carlos Todeschini –, vimos aqui não só abraçar o senhor como toda a comunidade da Paróquia São Jorge pela sua 59ª Festa, que celebra a história de São Jorge, esse guerreiro da Capadócia que até hoje traz a sua mensagem para que possamos saber que a luta pela sobrevivência é uma luta cuja principal arma é a fraternidade e a paz. Junto com a atividade que acontece, também se busca a efetividade do corpo: a corrida de São Jorge, que envolve milhares de pessoas também. Então, em nome da nossa Bancada venho cumprimentá-lo pelo trabalho em todo o Partenon e em toda aquela grande região. Muito obrigado. Um grande abraço!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Eu queria agradecer, mais uma vez, a presença do Padre Paulo. Sinta a nossa alegria de mais uma vez receber o senhor aqui em nossa Casa. Que a Câmara esteja sempre aberta para a igreja, para a divulgação dos eventos e para a construção de atividades em conjunto com esta Casa. Muito obrigado.

Estão suspensos os trabalhos para as despedias.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h47min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher – às 14h48min): Estão reabertos os trabalhos.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito um minuto de silêncio pelo falecimento do Padre Olavo Moesch.

 

A SRA. MARIA CELESTE (Requerimento): Sr. Presidente, também quero aproveitar esse minuto de silêncio para homenagear a líder comunitária que faleceu ontem, Sra. Vera Vargas, uma grande lutadora social da área de economia solidária da nossa Cidade.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Deferimos o pedido.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, meus senhores e minhas senhoras, toda a minha ascendência é libanesa, e os libaneses, além de serem devotos de São Jorge, têm como festa mais importante a Páscoa, e a Páscoa significa paz. Então, nós, na semana que passou, pedimos uma reunião das lideranças com o Prefeito, e nós queremos a paz, nós queremos a verdade.

Então, Ver. Mauro Pinheiro, V. Exa. fará a CPI do Instituto Ronaldinho, e, ao encerrar o meu pronunciamento, quero que V. Exa. me traga o seu documento, porque acredito que todos os Vereadores que apoiam o Prefeito também assinarão.

Agora, eu quero dizer a V. Exa. que paz e verdade são duas coisas que andam simultaneamente, andam juntas, e nós vamos querê-las - não estamos escondendo nada - do convênio do Ministério da Justiça, escolhido especificamente pelo então Ministro da Justiça, hoje Governador Tarso Genro, para que o Instituto Ronaldinho recebesse aquela verba do Ministério de Justiça e que a Prefeitura fiscalizasse. E a Prefeitura fiscalizou: faltaram R$ 500 mil a serem justificados - até agora não houve justificativa e a Prefeitura está pressionando. Por outro lado, a Prefeitura tinha um convênio, também falta justificativa para R$ 300 mil, e nós estamos aguardando que haja; senão, vai acontecer a mesma coisa que aconteceu com o Instituto Sollus, só que com o Ronaldinho é mais fácil, porque ele tem muito mais dinheiro. Para o Instituto Sollus, nós tivemos que ajuizar a ação em São Paulo, fazer com que todos os bens dos diretores fossem penhorados para que a Prefeitura pudesse cobrar R$ 5,826 milhões.

Agora, eu tenho a convicção de que o Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito fará uma Comissão Parlamentar, e não para lamentar, ainda que eu tenha todas as dúvidas quanto à capacidade dos Vereadores de fazer interrogatório, quando o Ministério Público não conseguiu, quando a Polícia Federal não conseguiu. Eu quero ver os meus Pares, que buscarão a verdade, fazerem os questionamentos naquele método que ocorreu na última CPI, três minutos para cada Vereador. Eu quero saber como vão questionar e dizer que nós estamos inteiramente à disposição. Além das 1.900 páginas do Pedido de Informações que foi respondido, muito mais documentos foram entregues naquelas nossas duas Sessões da Comissão de Educação, e eu acho que agora é chegada a hora da verdade. Na verdade, nós não precisamos esconder nada de ninguém, até porque a Prefeitura de Porto Alegre é a primeira em transparência no Rio Grande do Sul, e nós não temos o que esconder.

Portanto, eu espero que haja uma Comissão que não seja um palco para as próximas eleições, um local de acusações infundadas, uma coisa assim que seja verdade, e a verdade triunfe. E aí eu quero ver o Presidente Mauro Pinheiro dizer: “Não, realmente, é verdade, o Instituto Ronaldinho tem que justificar R$ 800 mil que ainda não justificou.” Essa é a preocupação.

Portanto, eu peço a todos os meus Pares, em nome até do Prefeito de Porto Alegre, que assinem, sim, o documento que tem o Ver. Mauro Pinheiro, e não precisam fazer as barbaridades que aqui ocorreram para colher mais assinaturas. Agora, as assinaturas são legais, regimentais e orgânicas. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. MAURO PINHEIRO: Presidente, Ver. Mauro Zacher; o Ver. João Antonio Dib, Líder do Governo, fez menção de que gostaria de assinar o Requerimento da CPI do Instituto Ronaldinho Gaúcho com os demais Vereadores da base do Governo, e eu venho aqui para dizer ao Ver. João Antonio Dib que o Requerimento está de posse da CCJ - foi encaminhado pelo Presidente da CCJ - e está hoje junto com o Ver. Elói Guimarães, que é o Relator do Requerimento. Portanto, o Ver. João Antonio Dib tem que se dirigir ao Relator, o Ver. Elói Guimarães. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Está feito o registro.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, pode considerar como válida a minha assinatura e a dos demais Vereadores que ainda assinarão. Não há necessidade de a Comissão de Justiça dar retorno do Processo a Vossa Excelência.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Sebastião Melo.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, ocupo a tribuna em Grande Expediente pela primeira vez neste ano Legislativo e muito provavelmente pela última. Isso tudo se dá em função de uma conjugação de situações: de um lado, a gentileza do Ver. Sebastião Melo, que concorda em me ceder o tempo no dia de hoje para ser compensado pelo Ver. Toni Proença na Sessão da próxima quinta-feira, quando não estaremos mais aqui, e nós já havíamos calculado como sendo possível de ser por mim utilizado antes de me retirar aqui da Casa, quando, de coração aberto, concordei com o Ver. Toni em fazer a transferência de tempo com ele, permitindo que a sua substituta, no caso a Ver.ª Maristela Maffei, pudesse usar desta tribuna para homenagear o seu Partido, o Partido Comunista do Brasil.

O mês de abril tem sido marcante na minha vida política. Alguns anos atrás, no ano de 1975, Ver. Tarciso, cerca de 37 anos atrás, nós assumíamos, no dia 11 de abril, pela primeira vez, a direção de um órgão público na cidade de Porto Alegre e, de resto, em todo o Estado. Assumíamos a Direção do DEMHAB no dia 11 de abril de 1975. Faz algum tempo. Hoje eu vejo aqui, retornando à Casa, o Ver. Humberto Goulart, que se encontrava, até há poucos dias, na Direção do DEMHAB. Bela coincidência! Eu tenho, dos dois períodos em que passei no DEMHAB, Ver. Goulart, recordações muito positivas. Sei, inclusive, que o sucesso de V. Exa. no DEMHAB se deve em grande parte ainda a resquícios da minha herança, inclusive da feliz escolha que V. Exa. teve do seu Diretor Substituto e, agora, assumindo a posição de Diretor-Geral do DEMHAB, o Jorge Dusso, filho do saudoso Jorge de Lima Dusso, que foi um grande colaborador que eu tive no DEMHAB.

 

O Sr. Alceu Brasinha: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Reginaldo Pujol, o senhor foi Secretário do DEMHAB, e, realmente, até hoje, as pessoas têm saudades de Vossa Excelência. E, mais ainda, o Secretário Humberto Goulart, pelo respeito que tinham por V. Exa., e o Secretário Dusso, que hoje é o titular da pasta, recuperaram a mesa que V. Exa. tinha lá. Até hoje, o Secretário Dusso está usando aquela mesa que o senhor usou, e é uma lembrança extraordinária. Então, eu quero lhe dar os parabéns pelo seu trabalho. O mês de abril é bom e certamente ficará marcado com o seu discurso aqui. Sou conselheiro do Grêmio e quero dizer que está reforçado o Conselho do Grêmio nesta Casa: o nosso querido Ver. Kevin Krieger também é conselheiro do Grêmio.

 

O Sr. Dr. Goulart: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Pujol, muito querido, eu queria agradecer as suas palavras e ratificá-las, dizendo que ajo baseado na observação do seu trabalho antes de eu chegar até o Parlamento e baseado na sua conduta de vida, a qual este Parlamentar tenta imitar, mas não consegue atingir. Muito obrigado pelo que nos ensinou e pelo que nos deixou. Eu fico feliz. Um abraço.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Ver. Goulart, nem a modéstia exagerada - falsa, no seu particular, dado que V. Exa. tem grandes qualidades - se ajusta na sua figura, nada de falsidade se ajusta na sua figura. V. Exa. é um exemplo de bondade e sensibilidade; da unidade entre o seu grande coração e a sua grande capacidade de raciocínio resulta o grande homem público e o belo Diretor do DEMHAB que V. Exa. foi. Meus cumprimentos.

Mas dizia eu que assumi o DEMHAB num momento excepcional. Os mais antigos aqui na Casa, como o Ver. Elói e o Ver. João Antonio, sabem que, naquela ocasião, o que se cogitava era terminar com o DEMHAB, porque achavam que, num Estado onde já havia a Cohab, o DEMHAB era um órgão desnecessário. Felizmente, um pouco antes de eu ter assumido, eu tive contato com alguns dirigentes do DEMHAB na época, hoje a maioria dos quais infelizmente não mais conosco, outros já em idade avançada, os quais me transferiram uma série de informações pelas quais eu passei a entender que o DEMHAB era a Prefeitura das vilas e que era preciso não esquecer que as vilas também são Porto Alegre e precisam, obviamente, ser atendidas.

Por isso, Vereador, eu lembro que esse abril que marca a minha saída da Câmara de Vereadores, com o retorno à Casa de Kevin Krieger, esse jovem e promissor político rio-grandense, neste mês de abril, eu, com uma certa nostalgia, me lembro da primeira e da segunda oportunidades em que estive na direção do DEMHAB, em ambas tomando posse no dia 11 de abril, por coincidência. Na primeira, implementando um Projeto que, indiscutivelmente, foi nacionalmente reconhecido como modelo, que foi o Projeto do Conjunto Residencial da Nova Restinga, que, mesmo não tendo recebido continuidade durante um largo período, em função de que era marca de um período que se pretendia ver apagado da história da Cidade, mesmo assim, ainda hoje, apesar das distorções que ocorreram, continua sendo reconhecido como um projeto que deu certo e que é um orgulho para Cidade de Porto Alegre. E não foi só a Nova Restinga, foram cerca de 18 conjuntos habitacionais que, no Pró-Gente, pela primeira vez, Porto Alegre conseguia, com o Banco Nacional da Habitação, recurso para a infraestrutura e construção de residência em conjuntos que não haviam sido concebidos e edificados sob a égide do Sistema Financeiro da Habitação. Aí o Pró-Gente espalhou a ação do DEMHAB por cerca de 20 conjuntos habitacionais aqui do Estado, como a minha querida Vila São Gabriel; lá adiante, o Passo das Pedras, o Sarandi, a Santa Rosa, a Nova Gleba, a Santo Agostinho, a São Borja, a Batista Xavier, a São José, a Vila Mapa, a Santa Anita, a Carlos Barbosa, o Jardim Olímpico; 18 conjuntos habitacionais que foram objeto da atuação direta do DEMHAB, através do Pró-Gente, que inclusive deflagrou outras situações. Mais tarde, Ver. Dib, quando V. Exa. era Prefeito, e na minha segunda estada no DEMHAB, haveriam de se apresentar duas novas situações especiais de recuperação urbana e social, que foram os projetos do Promorar, da Nova Brasília e da Nova Santa Rosa, antiga Vila Ramos.

Então, neste momento, meu caro Goulart, eu quero, com muita emoção e com muito carinho, dizer que esse caminhar na vida pública, marcado por esses dois momentos no DEMHAB, que tenho a registrar não só a Restinga, como Jenor Jarros, o conjunto Sarandi, as casas de favelamento na Restinga Velha, o Barro Vermelho, a Nova Santa Rita, os conjuntos habitacionais internos, dentro da própria Restinga - o Eduardo Gomes, o Angico, o Sílvio Lerbak, o Monte Castelo -, e vi, nessa realidade, que, em um período de 10 anos, permitiu que o DEMHAB e a Cohab pudessem oferecer à cidade de Porto Alegre mais de 10 mil unidades de habitações populares, fato que, agora, teve uma reabilitação com o trabalho do DEMHAB, mas que, por longo tempo, ficou paralisado, com o nosso povo vivendo nas mais indignas condições de habilitabilidade, como vivem especialmente aqueles que moram na rua.

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Reginaldo da Luz Pujol, eu não poderia deixar de aproveitar este momento para dizer da minha admiração pelo seu trabalho, pela sua dedicação - já disse isso em outras oportunidades, mas repito - ao trabalho desta Casa, ao trabalho que faz em prol dos cidadãos de Porto Alegre. Eu tenho certeza de que nós vamos permanecer aqui um pouco menos preparados na CCJ, porque V. Exa., com certeza, em todas as reuniões, traz ensinamentos. Quero dizer também que, em determinadas reuniões, nós não convergimos, mas eu sempre admirei e admiro o seu trabalho e a sua dedicação.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Obrigado, Vereador. Vereador Luiz Braz, eu já lhe concedo um aparte, mas antes eu tenho que dizer ao Ver. Bernardino Vendruscolo que não estou me despedindo desta Casa; eu estou dizendo um até breve, porque eu pretendo voltar para cá, conduzido pelo voto popular, para conviver com homens e mulheres dos talentos que V. Exas. são portadores.

Ao Ver. Bernardino uma palavra especial: eu gosto das pessoas que divergem de mim, eu não gosto daqueles que concordam com tudo na frente e que, no fundo, não concordam com nada; gosto daqueles que apresentam a divergência, assim como V. Exa. faz, com clareza e com autenticidade. É só assim que se pode constituir um verdadeiro diálogo democrático, senão é uma mentira democrática. A mentira, nem democraticamente pode sobreviver.

 

O Sr. Luiz Braz: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador Reginaldo Pujol, não é apenas Porto Alegre, mas o Rio Grande do Sul todo conhece o homem público chamado Reginaldo Pujol. Nós, que estamos na Comissão de Constituição e Justiça, temos o prazer de privarmos com V. Exa., e, agora, eu sei que vamos perder, por alguns instantes, exatamente esse júbilo que tínhamos, como integrantes da CCJ, de estarmos com V. Exa., pedindo sempre a sua opinião. Sabemos da qualificação que nós tínhamos com a sua participação na nossa Comissão, mas eu tenho certeza absoluta que V. Exa. vai regressar a esta Casa, tão forte como sempre fez dentro da política. Parabéns!

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Obrigado, Vereador.

 

O Sr. Elói Guimarães: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Pujol, penso que V. Exa. está fazendo um recesso provisório; logo estará aqui de volta a esta Casa, porque V. Exa. faz falta à Casa e à Comissão de Constituição e Justiça, pelo conhecimento que amealhou ao longo do tempo, por passagens que teve pela Administração, por ações propositivas e efetivas. V. Exa. fará falta a esta Casa, inquestionavelmente, pelo seu talento, pela sua sabedoria, pelo que acumulou ao longo do tempo. Meus cumprimentos a Vossa Excelência.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Obrigado.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Reginaldo Pujol, eu quero cumprimentá-lo pela brilhante atuação que V. Exa. teve nesta Casa durante os últimos três anos e três meses. Isso para mim não foi surpresa; V. Exa. já havia sido Vereador anteriormente, junto comigo. Eu tive a honra de tê-lo como Diretor-Geral do DEMHAB na minha administração. Pudemos fazer, por exemplo, o Conjunto Jenor Cardoso Jarros e o Loureiro da Silva, lá na Restinga. Eu desejo sucesso a V. Exa. Saúde e PAZ!

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Obrigado, Vereador. Eu quero dizer, Sr. Presidente, que este meu pronunciamento retrô, voltado para o passado, em nada obscurece a minha participação no presente, porque eu acredito que nós temos que viver a cada momento as coisas que nos são colocadas. Durante esses mais de mil dias que aqui estive, como bem disse o Ver. Dib, 39 meses, eu tenho a satisfação de dizer que participei de grandes momentos nesta Casa. Entre os quais, com muito destaque, a Revisão do Plano Diretor, que era um compromisso desta Legislatura e que nós assumimos desde o primeiro dia de mandato.

O Sr. Toni Proença: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu quero lhe dizer um até breve; que o senhor retorne muito brevemente a esta Casa, porque o senhor faz parte dela. Legisladores como o senhor são importantes para a Cidade. O seu trabalho aqui é sempre muito importante. Até breve, então Ver. Reginaldo Pujol!

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Obrigado. Sr. Presidente, eu consulto V. Exa. se eu posso continuar minha manifestação em comunicação de liderança, o que me permite ficar mais 5 minutos na tribuna.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Reginaldo Pujol prossegue a sua manifestação, a partir deste momento, em Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Agradeço a V. Exa. e enfatizo a circunstância de que, nesses 39 meses, estive acompanhado do trabalho de todos os amigos e amigas, representando aqui correntes políticas diversas. Eu procurei sempre deixar muito claro e muito nítido o mosaico ideológico que esta Casa representa.

O único lugar na vida pública em que todas as correntes têm voz e voto é nos parlamentos. Este Parlamento de Porto Alegre teve - durante esses três anos, três meses e vários dias - a voz e o pensamento liberal que nós sustentamos, sem regatear um só momento.

É verdade que tudo isso, Presidente Mauro Zacher, não ficou apenas em palavras, em posições e discursos que, por mais eloquentes que sejam, não caracterizam e não demonstram, Ver. Freitas, a efetiva convicção de que somos portadores. Eu tenho absoluta tranquilidade de que, além dos Projetos de Lei que deixei aprovados aqui, outros tantos que ainda tramitam e que certamente serão, cedo ou tarde, objeto da definição deste Legislativo, e que, se aprovados, representarão uma contribuição objetiva para o desenvolvimento desta Cidade, que já foi, no passado, beneficiada com outras leis de nossa autoria, especialmente aquelas que estimulam um desenvolvimento ordenado e sustentável em Porto Alegre, pelo qual meio ambiente, economia, bem-estar social, atendimento às populações marginais devem se somar entre si, permitindo, à sua média, o desenvolvimento de um programa.

Isso eu fiz nesses 40 meses; inclusive, muitas vezes, dividindo projetos com companheiros daqui da Casa, como o fiz em determinado momento com o Ver. Nelcir Tessaro, com relação a um Substitutivo a um Projeto de origem no Executivo, que possibilitou ao Ver. Dr. Goulart e a seus assessores fazerem aquele programa de redefinição dos débitos com aquela grande quantidade de habitantes das nossas vilas populares que, por dificuldades financeiras, se encontravam inadimplentes e que passaram, em função dessa nova regulação, a dialogar com o DEMHAB, a melhorar suas finanças e, ao mesmo tempo, a resolver a sua situação.

Eu nunca vi um pobre que não gostasse de pagar o seu financiamento. Pobre não gosta de dever; pobre, quando não paga, é porque não pôde pagar; pobre é diferente do rico, que muitas vezes não paga para poder especular; o pobre só não paga quando não pode pagar. Assim são os humildes que valorizam a casa própria e a habitação.

Há poucos dias, a Cidade teve a oportunidade de ver a retomada de um conjunto habitacional ali no bairro Petrópolis, que era um dos tantos esqueletos da cidade de Porto Alegre. Ver. Todeschini, V. Exa. me ajudou nesse projeto, e foi homenageado pelos moradores, porque deu uma grande contribuição - o senhor e os seus familiares.

Aquele mesmo projeto que favoreceu aos moradores do condomínio Horizonte, está sendo já utilizado por outros tantos, desde lá do Jardim Leopoldina, do Ver. Paulinho Rubem Berta, onde há esqueletos que precisam ser retomados e reativados, para que surjam habitações para a população da Cidade de Porto Alegre, lograda, às vezes, por uma especulação inadequada e indevida.

Ver. Paulinho Rubem Berta, não posso lhe conceder o aparte, neste momento, porque estou em Comunicação de Líder, mas registro de coração a parceria que em grandes momentos fizemos juntos, inclusive partilhando da mesma Bancada nos derradeiros dias em que me encontrei nesta Casa.

Tudo isso, Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, são agradáveis lembranças que levarei desse período em que, repito, procurei, de forma muito autêntica, deixar muito claro as minhas posições, a minha visão de mundo, a minha ideia liberal e o meu compromisso com a resistência democrática, certo de que - mais do que discurso, mais do que pronunciamento - a prática, o dia, o cotidiano, Ver. Sebastião Melo, V. Exa. que me permitiu, inclusive, a oportunidade de proferir grande parte deste pronunciamento, a pátria precisa de homens e mulheres com a posição firme.

Hoje, o mundo inteiro observa decair todas aquelas falsas posições ideológicas e doutrinárias; não é só o Muro de Berlim que caiu, está caindo a economia do bem-estar social da Europa. Nós aqui, brasileiros, precisamos construir o nosso próprio caminho. As velhas ideias...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Belas palavras, Ver. Pujol. A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra em Grande Expediente.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Mauro Zacher; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, dedico este Grande Expediente à análise do tema da coleta do lixo na cidade de Porto Alegre. É um tema que nós observamos como de gravidade aguda, no ano passado, nas nossas circulações pela Cidade com o Câmara na Comunidade. Nós recebemos todos os dias, através das redes sociais, dos nossos e-mails, reclamações de ineficiência, de proliferação de focos de lixo, e cabe a esta Casa uma análise mais detida desta temática, para ajudar na reflexão e no aprimoramento de uma política pública essencial para a saúde e para a qualidade de vida.

 

(Procede-se à apresentação em vídeo.)

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: As últimas chuvas que inundaram lugares nunca antes vistos - a maioria das moradias da periferia da Cidade foram invadidas por água, lodo e lixo - são uma evidência do que nós já vínhamos mostrando e demonstrando ao chamar a atenção para este problema da cidade de Porto Alegre. Qual é a evidência? A proliferação dos focos de lixo. O discurso da Prefeitura é que a população de Porto Alegre não cuida, não se organiza, não limpa, mas discutindo, dialogando com o cidadão, nós descobrimos por que os focos de lixo duplicaram, triplicaram, ou seja, se multiplicaram nos últimos anos.

Aqui, nós estamos projetando fotos da cidade de Porto Alegre onde há esses focos de lixo (Refere-se à apresentação em vídeo). Houve uma transformação do modelo de coleta de lixo na cidade de Porto Alegre, passando a ser totalmente terceirizada a partir de 2006, 2007, no processo de revisão do modelo de lixo, da estrutura do DMLU, anunciado pela Prefeitura de Porto Alegre. A terceirização completa da coleta de lixo retirou a ação direta do DMLU nas vilas da Cidade. Esse fato, por exemplo, é no Humaitá, onde a situação é escandalosa - podem andar por todos os lugares ali. Se não mudarem esse modelo, os turistas que visitarem a Arena do Grêmio vão topar com lixo em cada esquina. Por quê? Porque com a troca do modelo de coleta de lixo para terceirizado, na vila ou em todas as vilas - um trabalho antes realizado pelo DMLU -, a empresa falta, sempre pula um dos dias que tem que coletar; se forem três dias de coleta, por exemplo, na terça, na quinta e no sábado, podem estar certos de que ela não passa. Além disso, ela não entra nas pequenas vias, nos becos, onde o DMLU entrava. Antigamente, chegava o caminhão, os funcionários do DMLU desciam, passavam nos becos, recolhiam, juntavam em uma ponta e depois tudo ia para o caminhão. Era assim o modelo anterior, hoje não é mais. Hoje, a orientação é para que os moradores coloquem o lixo na ponta do beco. Então, os moradores saem de suas vielas e colocam o lixo na ponta do beco, que vira um foco de lixo. E como o DMLU não passa no dia seguinte que teria que passar, esse foco vira um foco grande; os ratos e os cachorros abrem os lixos, as enxurradas os levam, proliferando na Cidade esse problema seriíssimo do foco e da contaminação nas vilas. E a gente vem encaminhando isso ao DMLU, vem denunciando a empresa desde o ano passado. Esse não é um problema pequeno que acomete somente os pobres que moram em vila, mas acomete, sim, a Cidade inteira - e ninguém quer topar com um foco de lixo. Aqui, a gente tem uma pequena amostra. Esta foto é ao lado da Amrigs: uma opção do DMLU em fazer um dequezinho virou um imenso lixeiro, na Av. Ipiranga, em frente ao Shopping Bourbon, pois o morador que não quer topar com foco de lixo na ponta da sua vila, muitas vezes, o joga no Arroio. Ou seja, a ausência da coleta em um dia da semana faz com que o morador jogue o lixo no Arroio. Então, todos os arroios, valões e valas da cidade de Porto Alegre têm mais lixo do que havia antes. O DMLU está retirando menos, muito menos do que retirava antes, juntamente com o DEP, que não tira o lodo, o lixo de dentro dos valões, há dois anos, porque não tem onde pôr esse resíduo. Então, esse é o caos instalado na cidade de Porto Alegre, que resulta em uma Cidade colapsada quando a chuva é muito intensa, que resulta em epidemia de ratos na periferia. Essa primeira mudança de modelo nas vilas é seriíssimo. E ela não fica restrita à vila; ela vem para cá, para o centro da Cidade, e vai para o Guaíba, ela infeta de ratos e entope bueiros, valões, valas e a água, fazendo com que a água contaminada contamine o resto da Cidade.

Esse vídeo foi feito na segunda-feira passada, e é de outro problema seriíssimo na cidade de Porto Alegre (Refere-se à apresentação em vídeo.) Trata-se de resíduos da construção civil combinados com o lixo. A cidade de Porto Alegre fechou há dois anos ou mais o único coletador de inertes que existia na Zona Sul; uma Cidade com a construção civil aquecida. Então, as empresas que são sérias levam todo o resíduo da construção civil para Canoas, pois só em Canoas pode-se entregar resíduos da construção civil. Ou seja, as empresas, quando são corretas, pagam caro para deslocar até Canoas os resíduos da construção civil.

Aqui, estamos no Mato Sampaio, no limite com o Jardim do Salso, especificamente na Rua Marta Costa Franzen com Graciliano, atrás dos novos edifícios da Rossi. Logo atrás do mato fica a Ipiranga, a PUC, e temos esse imenso lugar em que são depositados os resíduos. O DMLU já deveria ter retirado alguma coisa - é longo o percurso e estamos indo de carro. Aqui, a população vai jogando lixo, porque não se coleta lixo. (Refere-se à apresentação em vídeo.) Então, o problema do resíduo da construção civil é seriíssimo.

No ano passado, instalamos um grupo de trabalho nesta Casa, estivemos no Ministério Público, o DMLU e a SMAM participam desse grupo de trabalho, e em que avançamos depois de um ano inteiro? Recém começaram a ser licenciadas as empresas. Há, agora, 17 empresas licenciadas, então, contratem apenas empresas licenciadas para levar o lixo para Canoas.

Agora, Porto Alegre precisa ter o seu local de destinação, pois a Cidade está muito atrasada, por exemplo, em relação a Belo Horizonte, que tem três ou quatro postos de reciclagem para os resíduos da construção civil, os quais podem virar material de construção, brita para a base das ruas, etc., e gerar emprego. E Porto Alegre está nas ilhas, na Zona Norte, em todos os lugares; a Ver.ª Celeste vai falar, depois, no Câmara na Comunidade, na Zona Norte, que está tapada de lixo da construção civil. Isso que não demolimos ainda a Arena do Grêmio e ainda temos muita construção para fazer na cidade de Porto Alegre.

 

O Sr. Alceu Brasinha: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Ver.ª Sofia Cavedon, realmente, o lixo é um problema, mas como a senhora falou que ainda não começou a demolição da Arena do Grêmio, eu quero dizer que a Arena do Grêmio não será demolida e, sim, o Estádio Olímpico.

Vereadora, parabéns pelo trabalho que a senhora está fazendo, mas gostaria que a senhora mostrasse também as coisas boas que o DMLU, o DEP vêm fazendo na Cidade. Aliás, o DMLU faz o trabalho deles, e é uma injustiça o que as pessoas fazem depois. Porque, muitas vezes, eles retiram até quatro vezes por dia o lixo onde tem o foco, mas, ao passarem à noite, o lixo esta lá novamente. Isso é um problema sério, mas todo mundo tem que ajudar a cuidar. Porque eu não acho certo a população pegar o lixo e jogá-lo em qualquer canto; tem os dias certos e o horário certo. E o DMLU faz um trabalho bom pela Cidade.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: O Ver. Brasinha dá-me um gancho importante: o DMLU faz um retrabalho, pois o DMLU paga pela coleta, a coleta é mal feita, ela é salteada, os números são falsificados, e aí o DMLU teve que fazer um outro contrato para coleta dos focos de lixo, Ver. Brasinha. E essa nova empresa contratada tem que passar três vezes por semana, tem que estar o tempo inteiro, para consertar o problema da coleta que deveria ter sido resolvido. Antigamente, havia horários, as pessoas sabiam o horário, hoje, sequer sabe-se dia; às vezes, sabe-se o dia, mas não se sabe se virá de manhã, de tarde ou de noite, sem falar que sempre salta um dia da semana.

 

O Sr. Carlos Todeschini: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Ver.ª Sofia, eu a cumprimento pela manifestação e quero reforçar o seguinte: realmente, não se tem mais rotinas, não se tem mais uma equipe permanente do DMLU que conheça o trabalho. O DMLU foi desmontado, é bom saber disso, e a coleta seletiva, tanto nos lugares onde foi feita a conteinerização como nos outros espaços, também não tem rotina. Aí as coisas não funcionam, e nós podemos identificar focos de lixo generalizados em toda a Cidade. A sujeira nunca foi tão grande como se verifica, hoje, em Porto Alegre. Obrigado.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: O Ver. Todeschini chamou atenção, é isso aí: a rotina acabou, inclusive na questão da coleta seletiva. E a rotina é muito importante porque aí o morador pendura na porta da sua casa, na cerquinha na hora certa. Agora, não tem horário no dia, não tem! E quando vem! E a seletiva – já pego o gancho de um outro problema –, nós tivemos um congelamento de construção de galpões de reciclagem, um congelamento! Ora, se teve, nesses últimos oito, nove, dez anos, um ou dois galpões novos por causa do PIEC aqui, quando tínhamos 17, neles paramos. Então, nós temos mais pessoas coletando lixo com carroça e deixando em qualquer lugar, sem intervenção, com o DMLU produzindo, ele mesmo, pela sua omissão, a sujeira na Cidade.

 

O Sr. Elias Vidal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Ver.ª Sofia, parabéns pelo trabalho! Eu acho que tem que ficar muito claro diante dos Vereadores que quem faz prestação de contas aos Vereadores do que está bem é o Governo e as suas Secretarias. Agora, o que está mal é nosso papel fiscalizar para que possa ser melhorado. Eu acho que não podemos inverter os papéis. Do que está bem o Governo dá satisfação: “Oh, está indo bem isso, isso e isso”. E o que está mal? Nós que fiscalizamos e ajudamos o Governo. Então, acho que, nesse ponto, o meu amigo Ver. Brasinha está equivocado. Obrigado.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Elias, obrigada pelo apoio. Aqui vou encerrar, nosso tempo está curto, depois os Vereadores vão trabalhar mais estes temas. Eu quero agradecer a assessoria da Bancada pelo excelente levantamento de dados, que nos ajuda a compreender o problema. Na verdade, em 2011, havia uma previsão, uma projeção de mais de R$ 3 milhões de investimentos, e o DMLU investiu 300 e poucos mil reais; em publicidade, ele empenhou R$ 420 mil. Ele investe menos do que usa em publicidade, provavelmente na campanha “Eu curto. Eu cuido.” Como é que vai se curtir uma Cidade que é tão incompetente na coleta seletiva?

Eu quero mostrar – o próprio ex-Secretário pode nos falar – que também há uma redução não só no congelamento do galpão e uma piora e ineficácia no recolhimento, mas teve redução na varrição. Nós já chegamos a varrer 365 mil quilômetros, em 2010; em 2011, varremos menos, 325 mil quilômetros. Se a gente olhar a capina, nós já capinamos, em 2007, 19 mil quilômetros e, agora, 17... Cada dado aqui, depois nós vamos trabalhar, teve redução na limpeza de rua!

 

O Sr. Márcio Bins Ely: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Vereadora, obrigado pelo aparte. Eu também queria me somar aos Vereadores que se manifestaram, em especial ao Ver. Brasinha, e dizer que, realmente, o assunto do lixo é muito importante, é pertinente trazermos aqui, principalmente quando a senhora fala na campanha “Eu curto. Eu cuido.” Também queria dividir com a população essa responsabilidade, porque esse lixo que a senhora está mostrando aqui não foi parar ali sozinho. Então, nós precisamos que a população também colabore e nos auxilie no sentido de manter a Cidade limpa.

Também queria cumprimentá-la pelo reconhecimento que a senhora traz da iniciativa que teve o nosso Governo em colocar as lixeiras automatizadas na área central, o que permitiu uma limpeza quase que exemplar na nossa Cidade. Acho que é um tema importante. Obrigado.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Obrigada. Eu só peço um segundo para concluir...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Sra. Vereadora, eu vou-lhe conceder mais um minuto para a sua conclusão devido aos apartes.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: ...Muito obrigada, Ver. Mauro, porque acabou concluindo no aparte, daí fica ruim. Então, para encerrar. Não deu tempo de falar na coleta mecanizada, eu acho que ela é o futuro, e nós sempre apoiamos nesta Casa, apenas sabemos que o DMLU é um órgão cada vez mais deficitário. Para este ano, está previsto gastar R$ 200 milhões e ter uma arrecadação de R$ 100 milhões. Então, estar investindo 8% em coleta mecanizada, uma coleta muito mais cara, está gastando mais e ineficientemente, como nós demonstramos aqui, em alguns serviços. Acho que uma boa reflexão tem que ser feita porque não basta a população querer ajudar, se ela não tem uma política pública regular, eficiente, criativa e com trabalho de formação, trabalho de educação ambiental, que também acabou, ela vai se tornar impotente, desacreditar e não ajuda na limpeza urbana. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

Hoje, este período é destinado a homenagear o Sr. Manoel Vieira da Roza, conforme proposição do Ver. Dr. Thiago Duarte. Convidamos para compor a Mesa o Sr. Manoel Vieira da Roza.

O Ver. Dr. Thiago Duarte, proponente desta homenagem, está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Ilustre Presidente, Ver. Mauro Zacher; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores; nosso homenageado, Sr. Manoel Vieira da Roza, Seu Maneca; esta homenagem já vinha sendo proposta desde o ano passado, e quero dizer, Seu Manoel, que a Cidade delega ao conjunto de Vereadores a possibilidade de fazer o reconhecimento de pessoas que, muitas vezes, são anônimas. Essa Comenda Porto do Sol é conferida a pessoas com atuação pública em áreas do conhecimento humano, educação, comunicação, economia, saúde, esporte, ciência, meio ambiente, tecnologia, cultura, religião, direitos humanos e trabalho comunitário, ao qual o senhor se enquadra. Quero agradecer a presença do seu filho Nilton Ribeiro da Roza, dos netos, do João Alberto Severo e do Diego, da Andréia Severo e de outros moradores do Lami, como o Gilsomar Severo, a Helena Silva da Silva, uma servidora da Universidade Federal; o nosso Sílvio Lara, o Mauro Romeu da Veiga Gutierrez, o José Ricardo da Silva Correia, a Maria Cristina Feijó Negreiros, o Paulo Fernando Ribeiro Jardim, o Osvaldo da Rocha Negreiros, enfim, todos os moradores do Lami que aqui se encontram.

A Câmara tem hoje a honra de conceder, Seu Manoel, a Comenda Porto do Sol ao senhor, que é nascido no Estado do Rio Grande do Sul, em Osório. Nasceu em 27 de maio de 1920, filho do Seu João Marcelino da Roza e da Dona Castorina Vieira de Fraga, e adotou a cidade de Porto Alegre para sua moradia, estabelecendo-se, desde o início, no bairro Lami. Casou-se lá com a nossa queridíssima Francisca Ribeiro, em 1948, e ela passou a adotar o nome do Seu Manoel, a Dona Francisca Ribeiro da Roza. Dessa união nasceram o João Carlos Ribeiro da Roza, nosso querido e estimado João, já falecido, e o Nilton. O Seu Manoel se notabilizou por ser um dos pioneiros na organização e fundação dos bairros do Extremo-Sul da Cidade. Ativista comunitário consciente das causas sociais. Um senhor simples, como todos veem, preocupado, desde o princípio, com a agricultura familiar sustentável. Participou ativamente da organização de diversas feiras e palestras de conscientização ambiental, habitacional e política. Acredita que o homem pode se sustentar do trabalho com a terra diretamente, e que essa sustentabilidade não deve e não pode agredir o meio ambiente, mas utilizar o seu manancial produtivo de forma consciente e sempre sustentável. Outra luta do Seu Manoel se deu na área fundiária, buscando a regularização das terras adquiridas pelos agricultores de forma unifamiliar. Na juventude mostrou-se engajado nas causas sociais, exacerbando a importância do voto e do engajamento nas causas políticas do País, em especial da cidade de Porto Alegre. Hoje, no auge dos seus mais de 90 anos, o Sr. Manoel continua trabalhando e buscando a solução para os problemas sociais que ainda assolam a Região do Extremo Sul, em especial do Lami.

Por tudo isso, para essa pessoa simples, um morador ativo, participativo, sempre engajado no Bairro, que praticamente...

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. Dr. Thiago Duarte prossegue a sua manifestação, a partir deste momento, em Comunicação de Líder.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Muito obrigado. Para finalizar, Sr. Presidente, para essa pessoa simples, mas que fez tanta diferença na formação local, na formação institucional do bairro Lami, como sempre nos falou o Valdir Fraga, para essa pessoa importantíssima na organização institucional do Bairro, é que nós concedemos a Comenda Porto do Sol, ao Sr. Manoel Vieira da Roza, o nosso Maneca, do bairro Lami.

Desejamos, Seu Maneca, falando em nome dos 36 Vereadores, que efetivamente o senhor possa gozar, na plenitude dos seus mais de 90 anos, esta homenagem que a Cidade lhe dá: o Título de Comendador de Porto Alegre, merecido e apropriado pelo seu trabalho comunitário no Lami. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Sr. Nilton Ribeiro da Roza, representando o homenageado, seu pai, Sr. Manoel Vieira da Roza, está com a palavra.

 

O SR. NILTON RIBEIRO DA ROZA: Eu quero agradecer a todos os amigos que estão presentes e que vieram fazer esta homenagem a meu querido pai, amigo, companheiro. Quero agradecer ao Dr. Thiago, que é um amigo da gente, um homem que está sempre junto, nas horas boas e nas horas ruins, e que, sempre que precisamos dele, está ao nosso lado. E quero fazer essa grande homenagem ao meu pai, amigão, que está sempre junto comigo e que vai estar por muitos anos ainda, se Deus quiser. Meu pai, obrigado. Obrigado a todos os amigos. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): A nossa homenagem, também, ao Sr. Manoel Vieira da Roza, com as palavras proferidas aqui por seu filho, Sr. Nilton Ribeiro da Roza.

Convidamos o Ver. Dr. Thiago Duarte para fazer a entrega da Comenda Porto do Sol ao Sr. Manoel Vieira da Roza.

 

(Procede-se à entrega da Comenda Porto do Sol ao Sr. Manoel Vieira da Roza, por intermédio do Sr. Nilton Ribeiro da Roza.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h46min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini – às 15h48min): Estão reabertos os trabalhos.

O Ver. Professor Garcia está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Prezado Ver. Todeschini, presidindo os trabalhos; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos assiste, venho falar hoje sobre um episódio que está ocorrendo no Centro Estadual de Treinamento Esportivo, onde tive a oportunidade de trabalhar durante 21 anos; por 14 anos fui Diretor daquele Centro; sou fundador da Associação dos Amigos do Centro Estadual de Treinamento Esportivo.

Na semana passada, ocorreu um episódio em que a direção do CETE, mais especificamente da Fundergs, resolveu proibir que os usuários - e hoje são mais de mil usuários que caminham na pista do CETE - pudessem utilizar aquele espaço, a não ser com profissionais de Educação Física do CETE.

Quero dizer que, aqui, não vou falar só como Vereador: vou falar como profissional de Educação Física e como Conselheiro Federal, representando o Rio Grande do Sul junto ao Conselho Federal de Educação Física.

Na realidade, acho muito forte o que o Governo do Estado está querendo fazer, ao não permitir que as pessoas tenham o livre arbítrio de fazer uma atividade com quem queiram fazer.

Quanto à questão do cadastramento - e a Professora Renita, inclusive, conversou conosco antes de tomar essa atitude, quando alertamos que não éramos favoráveis -, entendemos que as pessoas que vão frequentar o CETE, vão caminhar, têm que ter cadastro.

E posso contar que em uma vez - não sei se foi 1988 ou 1989 - morreu uma pessoa que estava caminhando. Imediatamente o que fizemos? Fomos lá, pegamos a ficha, vimos o atestado médico e encaminhamos. Isso, tudo bem! Agora, não querer, não permitir que uma pessoa possa dizer: “Olha, quero que este profissional A ou B me acompanhe”, e ter que ser com o profissional indicado, acho que é uma demasia.

São mais de duas dezenas de profissionais de Educação de Física que ocupam aquele espaço, que têm os seus alunos, e agora, de uma hora para outra poderão ficar impedidos de atuar, ou seja, eles não podem entrar no CETE. Os alunos se cadastram, mas têm que ter uma outra orientação. Isso fere totalmente o princípio do livre arbítrio e o princípio da democracia.

Venho de público solicitar ao Secretário Kalil Sehbe, nosso amigo particular, à professora Renita, nossa colega, que repensem. Peço ao Coronel Moura, que hoje é o Diretor do CETE, que repense, porque é o tipo de atitude que nós não conseguimos entender ainda, e isso é muito ruim para um Governo que se diz democrático, amplamente democrático: tomar atitudes, no meu entendimento, não muito democráticas.

Volto a dizer: somos favoráveis a um controle; tem que ter controle para saber quem entrou e quem não entrou lá no Centro Estadual de Treinamento Esportivo; tem que pedir atestado médico, concordamos, mas eu entendo que cada um dos usuários tem o livre arbítrio de escolher com quem quer trabalhar. No CETE é de graça; aquele outro profissional, ele vai pagar, mas ele vai pagar e vai ter uma orientação no CETE; vai ter uma orientação, sim, mas, cada um, na sua individualidade, tem esse direito, e é nisto que eu volto a insistir.

Aqui, eu vou pedir o apoio inclusive da Bancada do PDT, do nosso amigo Ver. João Bosco Vaz, que está retornando. Tenho certeza de que ele vai nos ajudar nessa batalha, para que nós possamos, o quanto antes, retomar esse trabalho e para que eu possa ocupar esta tribuna e dizer que está resolvido este problema. Volto a dizer: são mais de mil pessoas que diariamente caminham lá, e que, agora, de uma hora para outra, se viram impossibilitadas mediante essa atitude, que talvez tenha sido tomada com boa intenção, mas que não foi a melhor política. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Desiste. O Ver. Luiz Braz está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Todeschini, que está presidindo os trabalhos; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, senhoras e senhores, amanhã, na Comissão de Constituição e Justiça, nós estaremos apreciando, Ver. João Dib, a matéria que mais está chamando a atenção de toda a imprensa, neste exato instante, aqui na Câmara de Vereadores: se nós vamos aprovar ou não um Relatório - que eu ainda não sei qual será, mas de autoria do Ver. Elói Guimarães -, falando sobre a possibilidade de se instalar, com as assinaturas que existem, a CPI do Instituto Ronaldinho Gaúcho.

O Ver. João Dib, numa das manifestações aqui neste plenário, já afirmou que toda a base aliada - liberada pelo Governo Municipal - ao Prefeito estará votando favoravelmente ou estará assinando esse documento para que a CPI possa ser instalada. Eu acredito que, dentro das bases propostas pelo Ver. João Dib e dentro daquilo que já foi falado pelo Ver. Elói Guimarães, nós não precisaríamos fazer, amanhã, a reunião na Comissão de Constituição e Justiça. Essa já é, na verdade, uma CPI que realmente será instalada aqui nesta Casa, e terá o seu começo com a indicação de todas as Bancadas; mas, em todo o caso, eu não posso desrespeitar o Relator da matéria, que é o Ver. Elói Guimarães, porque ele amanhã terá o direito de dar o seu parecer, que não sei ainda qual será. Mas ele dirá, amanhã, se aquela assinatura da Ver.ª Maristela Maffei pode ser considerada válida ou não; se válida, o Parecer do Ver. Elói Guimarães será pela instalação imediata da Comissão; se não for válida, vem para que os outros Vereadores possam assinar e realmente se consubstanciar aquilo que, há muito tempo, é reivindicado, principalmente pelos Vereadores Mauro Pinheiro, Pedro Ruas, Fernanda Melchionna, Maria Celeste e Sofia Cavedon - estes são os Vereadores que mais têm reivindicado essa CPI.

Mas a única coisa que eu espero, Ver.ª Sofia Cavedon - eu não estou dizendo nenhum dos senhores ou das senhoras -, é que não haja oportunismos, que nós realmente tenhamos a convicção de que uma CPI numa casa parlamentar, como é o caso da Câmara de Vereadores, seja instalada para investigar. Se nós podemos ajudar nesta investigação, que já está sendo feita pelo Ministério Público e por outros organismos, que trabalhemos bastante, todos nós, juntos, para que isso possa acontecer. Afinal de contas, essa é a nossa missão. Eu comecei a ficar contrário à CPI pelo caráter que ela começou a ganhar nesta Casa nos últimos tempos.

 

O Sr. Mauro Pinheiro: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Luiz Braz, ao senhor, que é o Presidente da nossa Comissão de Constituição e Justiça, quero dizer que, tendo em vista as 12 assinaturas, e o Ver. Elói Guimarães ter dito que a assinatura valia no momento do protocolo, tenho certeza de que o Ver. Elói Guimarães, Relator, continuará sustentando isso e validando as 12 assinaturas. E como o Governo já reconhece a validade, tanto que quer participar, assinar, tenho certeza de que nós vamos fazer uma boa Comissão Parlamentar de Inquérito, investigando os fatos - e V. Exa. sabe disso, porque já participamos de outras CPIs, juntos -, elucidando os fatos. Esta Casa vai fazer um bom trabalho, nós vamos presidir e fazer um bom trabalho de investigação.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Concordo com o Ver. Mauro Pinheiro, vamos fazer um bom trabalho, se Deus quiser, nesta CPI. E que ela comece a ser acreditada novamente, aqui, para todos nós.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): A Ver.ª Maria Celeste está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver. Carlos Todeschini; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, quero continuar comentando, neste período de Comunicações, o grande problema que a cidade de Porto Alegre enfrenta, especialmente na periferia, pelo completo abandono do serviço público nas nossas vilas, especialmente a precarização do DMLU na coleta do lixo, mas também dos demais serviços que são colocados à disposição do munícipe, que efetivamente não acontecem.

Eu trouxe algumas fotografias para nos darmos conta da situação - Ver. Brasinha, o senhor falava da coleta do lixo -, e trago o exemplo da Vila Santa Rosa, onde, efetivamente, alguns pontos são limpos pelo DMLU - quero aqui reconhecer. Mas há um problema anterior, que trata da prevenção e da qualidade desse serviço. Há alguns anos havia um programa do próprio DMLU junto às escolas, às creches, às associações comunitárias, de incentivo à população para a coleta do lixo, e como acondicioná-lo adequadamente, e não só o lixo orgânico, mas também aquele lixo do qual temos falado diuturnamente nesta Casa, que é o resto de construção, as podas de árvores que são feitas nos terrenos, e que acabam sendo despejados, de forma inadequada, em terrenos baldios da nossa Cidade. Inclusive, fizemos emendas no Orçamento para que o Programa Bota-Fora realmente funcione na cidade de Porto Alegre; o hoje Deputado Oliboni tinha um Projeto de Lei, que foi vetado pelo Executivo, que criava esse Programa na Cidade. As fotografias que eu trouxe são da Vila Santa Rosa (Mostra fotografias.); as fotos da rótula da Rua dos Maias, onde existe, de fato, uma obra iniciada pela SMOV para melhorar o fluxo do trânsito daquela região, e não foi ainda concluída - uma obra que iniciou em 9 de novembro de 2011 -, fazendo com que proliferem cada vez mais focos de lixão.

Aqui também (Mostra fotografia.), além dos focos de lixão, nessas rótulas há um grande descarte de materiais inadequados; bem perto dessa rótula há um esgoto extravasando, que, estranhamente, ora é de responsabilidade do DEP, ora é responsabilidade do DMAE. As pessoas ligam para o número de atendimento 156 e ora o DEP encaminha para o DMAE, ora o DMAE encaminha para o DEP – um jogo de empurra, Ver. Brasinha, que já dura quase três meses. E esse esgoto extravasado corre pela rua afora, faz buracos, e a SMOV tem que ir lá tapar os buracos da rua. Um desperdício do dinheiro público, já que está sendo aplicado de forma completamente inadequada, já que não há sintonia na gestão pública na realização dos serviços. Então, o esgoto extravasa, o lixo é colocado inadequadamente nos locais, e o que acontece nesses locais quando chove? Alaga a Rua Argentina Flores, alaga toda aquela região da Rua dos Maias, da Rua Santa Rosa de Lima, provocando, lamentavelmente, o que vemos nessas fotografias: esse é um ponto na Lomba do Pinheiro; esse um buraco ali na Jardim Protásio Alves II; os focos de lixo, que também a Ver.ª Sofia já havia falado. Essa fotografia é de um dia de sol, não é um alagamento! Para finalizar...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

A SRA. MARIA CELESTE ...Só quero dizer que, há mais de dois meses, Ver. Brasinha, encaminhamos como Pedido de Providências, o número de atendimento 156 foi acionado e, até agora, o serviço não foi realizado nem na Santa Rosa, nem nas regiões do entorno. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Todeschini; Srs. Vereadores, realmente a oposição sempre tem o que falar, saem procurando, de repente, até incentivam botar lixo lá, Ver. Kevin Krieger. Sabe, eu costumo defender os Secretários porque são Secretários que trabalham! Eles não estão lá parados, eles estão fazendo o serviço! É claro que tem que ver! E quero dos os parabéns ao meu querido amigo Secretário Kevin Krieger, que está aqui presente, ao Secretário Humberto Goulart, ao Secretário Márcio Bins Ely. Esses são os Secretários em que a oposição também batia, dizendo que eles não trabalhavam! E eles trabalharam muito por esta Cidade! O Secretário João Bosco Vaz certamente fez um belo trabalho na SECOPA, e a Copa do Mundo vai ser boa graças ao seu trabalho.

Eu quero dizer aos amigos que vão participar da CPI que quem sabe V. Exas. façam primeiro um curso de investigação, que se inscrevam na Acadepol e façam um cursinho de pelo menos uns dois ou três meses, até pegar o jeito para investigar. Porque, olha, para investigar, não é mole, e há uns que até têm que ser investigados, porque eles começam a investigar e dão até o tiro no pé!

Eu quero realmente falar aqui sobre o DMLU. Ver.ª Maria Celeste, V. Exa. sabe que o DMLU faz um bom trabalho - parabéns a V. Exa. que reconheceu isso! Mas a senhora reconhece que, se a Ver.ª Sofia tivesse a grandeza de V. Exa., que reconheceu o trabalho que o DMLU faz por esta Cidade, deveria dizer: claro que não está certo! Também o meu amigo Valter Nagelstein, que era Secretário, que aqui chegou, fez um belo trabalho na SMIC. Parabéns pelo seu trabalho! Eu fui um dos que, graças a Deus, o senhor sempre atendeu. Cada vez que eu lhe solicitava, V. Exa. sempre me atendia.

Mas eu quero voltar ao DMLU. Nós tínhamos o Secretário Mário Moncks, que está doente, uma pessoa querida, trabalhador, mas agora tem o Vicente, que está desempenhando um papel bonito, Ver. Paulinho!

 

(Aparte antirregimental da Ver.ª Maria Celeste.)

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Mas claro, Vereadora, a senhora sai a procurar! E nesses momentos em que a senhora sai, nós temos também que procurar educar a população a não jogar lixo. Isso não pode acontecer! Não pode acontecer! Eu não faço isso, Ver. Valdir Fraga! Sabe o que eu faço? Eu bato na casa e digo que vou mandar a fiscalização se o cara botar lixo ali na frente novamente! Todos os Vereadores tinham que fazer isso, e aí eu duvido que aquilo ia acontecer! Mas tem uns que incentivam, parece que adoram ver o lixo jogado na rua! E tem horário, tem dia, sempre teve! E, sim, o Secretário do DEP, o Ernesto Teixeira, faz um trabalho bonito, atende às demandas da Cidade! Como na SMOV, onde tinha o Trogildo, que também fazia um trabalho bonito pela Cidade, também o Humberto Goulart. E cada vez que eu solicitei uma audiência eu fui atendido. Mais ainda, a SMOV sempre manda alguém para nos acompanhar; o DEP, o DMAE mandam. Será que o Secretário dessa Administração não trabalha? É tanta porrada que num dia arruma um, no outro dia arruma outro, outro dia dá um tiro num... E aí? Por que vocês não falam que acontecem coisas boas na Cidade? Por que não falam? Por que vocês não lembram do passado, quando deixaram esta Cidade destruída? Era cheia de “buraco participativo”, cheia de buraco! Vocês não lembram que andavam de jetski de lá para cá? Será que tem que lembrar vocês? Eu acredito que a memória de vocês é muito fraca! Vocês têm que lembrar o que vocês faziam nesta Cidade. Faziam muita propaganda e não atendiam ninguém. Até hoje eu estou inscrito esperando audiência com o Secretário do DEMHAB, e não consegui; com o Secretário da SMOV também não consegui. De todos os lados, o PT não me atendeu!

 

(Aparte antirregimental do Ver. Engenheiro Comassetto.)

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Esse, sim, é um Secretário que trabalhou pela Cidade...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. Elias Vidal está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Mauro Pinheiro.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Carlos Todeschini; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, quero agradecer ao Ver. Mauro Pinheiro, Presidente da CPI, que cedeu o tempo para que este Vereador pudesse vir à tribuna para falar. Obrigado, Ver. Mauro Pinheiro.

Quero fazer algumas considerações. Os jornais deste final de semana dizem que o Prefeito liberou a base aliada para assinar. Eu fico feliz, porque isso prova que eu estava no rumo certo. Eu estava no rumo certo. O primeiro Vereador da base aliada a assinar. Agora, estão surgindo outros! Há outros da base aliada que estão me acompanhando! Outros da base aliada...

 

(Aparte antirregimental do Ver. DJ Cassiá.)

 

O SR. ELIAS VIDAL: Presidente, pode segurar o meu tempo para que o Vereador...

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): Peço aos Vereadores que respeitem, pois há um orador na tribuna. Vamos descontar o tempo no final.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Sabem o que é isso? O pavor. O pavor faz a pessoa perder o controle emocional. Mas tudo bem, Vereador.

Agora, o que me surpreende é que alguns Vereadores me ofenderam muito. Dois deles estão no meu caderninho: o Ver Idenir Cecchim e o Ver. Paulinho Rubem Berta. Os dois me chamaram de palhaço, na TV disseram que eu estava com atitude circense – está gravado na TV, no programa Conversas Cruzadas. V. Exa. disse que eu estava tendo atitude circense; para quem não é burro, é circo, e circo tem palhaço. O Ver. Paulinho Rubem Berta disse que só me faltava o nariz vermelho – está gravado isso – e disse que eu parecia uma galinha correndo atrás do rabo. Bom, quero dizer que a atitude que eu tive não é para covarde! Covarde mete o rabo no meio das pernas e só concorda. Este Vereador teve postura! Agora, dos senhores, tem um só que está na Comissão de Ética. E hoje o Ver. Paulinho Rubem Berta estava comentando nos corredores, por aí, com as moças da limpeza, que já está decretado que eu vou ser expulso do Partido. Isso não me diz nada! Ele já me julgou antes da Comissão de Ética; e vejam que ética que ele tem para me julgar!

Quero dizer que o Prefeito liberou porque o dique estava rompendo e não tinha mais como segurar a água. Então, vamos junto, vamos surfar na água que está descendo morro abaixo.

Quero deixar bem clara aos senhores a atitude que eu tive, que foi criticada, com relação à qual o Ver. Paulinho Rubem Berta me chamou de palhaço – eu não esqueço disto! – e que se eu ficasse no Partido ele não ficava, e vice-versa. O Ver. Dib é um homem respeitado, é uma biblioteca ambulante de conhecimento, de sabedoria, e eu respeito o Dib, respeito qualquer um que vá assinar, e vários Vereadores já me disseram que vão assinar. Quero saber se esses dois Vereadores vão chamá-los de palhaços também, que têm o nariz vermelho, de atitude circense, de circo, de palhaçada! Quero saber se vão falar isso! Porque o único que está pagando o preço por ter assinado a CPI, juntamente com os outros onze, é este Vereador, que perdeu Liderança de Bancada. O que eu tenho contra o Ver. Paulinho Rubem Berta é que o Partido é que tinha que me pedir a Liderança, mas ele foi lá e pediu a Liderança - falta de ética... Tirou a minha assessoria de Bancada, não tenho assessor de Bancada. Eu tinha poucos espaços no Governo, já tiraram tudo como retaliação; falta um, já disse que podem levar. Agora quero saber o seguinte: se V. Exas. vão chamar...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

O SR. ELIAS VIDAL: ...Para concluir, assinem a CPI da Saúde, se vocês têm coragem, façam como este Vereador. Os que vão assinar a CPI do Ronaldinho descobriram que este Vereador é que estava certo e vocês equivocados. Agora assinem a CPI da Saúde também. Amanhã vocês vão assinar, porque vai entrar mais uma assinatura, e aí o Prefeito vai dizer: “Vou ter que liberar!”. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, eu não tive o mesmo privilégio de terem sido concedidos dez segundos para mim. O senhor não me concedeu.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O senhor não solicitou.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Solicitei, sim.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): Não, senhor. Pode conferir nas notas taquigráficas.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Isso está acontecendo...

 

(Som cortado, conforme determinação da presidência dos trabalhos.)

 

(O Ver. Haroldo de Souza assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, eu vou fazer um pedido estranho, mas é um Requerimento. Eu quero que seja devolvido o tempo de Liderança do PDT, porque, em homenagem, sempre se deixa passar o tempo, até porque há apartes, e ao Vereador do PDT que estava na tribuna foi exigido que usasse o tempo de Liderança. Não lhe foi dado um minuto, e ele usou pouco mais de um minuto para terminar o seu pronunciamento. Eu acho que a Mesa tem que devolver o tempo de Liderança do PDT.

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Ver. João Antonio Dib, isso não é regimental.

O Ver. Paulinho Rubem Berta está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, pessoas que nos assistem, primeiro, eu quero dizer o que o Ver. Elias Vidal aqui disse, que eu o ofendi dizendo que ele tinha nariz de palhaço. Mas eu não ofendi a ele, infelizmente. Eu ofendi, e peço desculpas, os palhaços de espetáculos circenses. Eles não mereciam isso, e eu peço desculpas a eles! Mas quero dizer uma coisa ao Ver. Elias Vidal: primeiro, que nós estávamos falando da CPI da Saúde, e não da CPI do Ronaldinho. Ver. Idenir Cecchim, aqui era sobre a questão da CPI da Saúde, e não do Ronaldinho!

Outra coisa: eu sempre fui um homem de família, sempre fui um homem de Partido e sempre respeitei as regras do jogo. O Ver. Elias Vidal esteve nesta mesma tribuna, onde ele se reuniu comigo e com o Ver. Toni Proença e, à época, fechamos um acordo: que não assinaríamos a CPI - e isso está gravado - sem que chegássemos a um consenso. No momento em que o Ver. Elias Vidal resolveu quebrar esse acordo entre os três Vereadores que eram do mesmo Partido, o mínimo que ele deveria ter feito era ter nos procurado e dito: “Vereador, eu quero quebrar aquele acordo; vou assinar a CPI e gostaria que o senhor ficasse sabendo em primeira mão, porque o senhor estava no acordo firmado”. Então, quem não foi ético aqui não foi este Vereador. Mas eu estou nesta Casa para trabalhar pela cidade de Porto Alegre, tenho as minhas opiniões e não volto atrás, foi colocado aqui.

Em terceiro lugar, o Ver. Elias Vidal diz que foi ofendido. O senhor também me ofendeu. O senhor veio até esta tribuna - vou trazer documentos para provar para o senhor e para todo mundo - e me chamou de grileiro. Qual o terreno que eu tenho que não é meu? Qual terreno ou casa que eu tenho e que não é meu? Prove isso! Vou trazer a documentação aqui para provar que tudo que tenho foi pago com sacrifício e é meu. O senhor vai ter que provar isso também!

Quero lhe dizer outra coisa: eu não costumo andar na rádio-corredor escutando conversa ou dizendo isso ou aquilo. O senhor deveria dizer quem lhe disse isso, deveria mostrar, dar nome aos bois. É muito fácil jogar acusações ao vento, sem fundamento, sem nada. Quero lhe dizer também: se o Prefeito de Porto Alegre resolveu assinar, é porque ele não teme nada, é uma CPI para a qual está de cara aberta. A CPI da Saúde é outra coisa. Nós estávamos tratando da CPI da Saúde. Eu ainda não decidi se assino a CPI do Ronaldinho ou não. O senhor não pode colocar palavras em minha boca. Se eu resolver, sou maior de idade e vacinado, porque posso querer acompanhar os meus colegas, como acompanhei da primeira vez, o que o senhor deveria fazer também.

Agora, quero lhe dizer uma coisa: nós saímos caro para Cidade para nós estarmos aqui de tititi e fofoquinha, rádio-corredor, isso ou aquilo. Vou lhe repetir mais uma vez: o senhor veio a esta tribuna – eu estava sentado ali - e me disse as seguintes palavras: “Oh, cara, me larga de mão! Vai cuidar da tua vida! Vai trabalhar!” E agora quem não me larga de mão é o senhor. Não sei se o jornal Zero Hora está certo ou não sobre a sua questão da fala fina, isso não sei, mas quero dizer uma coisa: tenho 56 anos, sou pai de sete filhos - um adotado -, estão todos criados, tenho oito netos que estou ajudando a criar. Então, Vereador, quero lhe dizer que nós saímos muito caro para a Cidade para nós estarmos escutando conversa no corredor e trazendo para cá. Vamos trabalhar pela Cidade! Vamos fazer o que os outros Vereadores estão fazendo: vamos trabalhar pela Cidade! Eu não sou escada para o senhor subir, pode ter certeza! Em cima de mim o senhor não vai arrumar nada! Nada, mesmo! Porque eu trabalho, venha aqui e mostre o seu trabalho!

 

(Aparte antirregimental do Ver. Elias Vidal.)

 

O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Tenha coerência. Fiquei quietinho lhe escutando, faça o mesmo! Fique sentadinho, quietinho me escutando como eu lhe escutei. Tive a hombridade de ficar ali sentado lhe escutando, e o senhor não sabe escutar, não tem essa educação de escutar. O senhor deveria ser mais educado. O senhor deve vir a esta tribuna e mostrar o seu trabalho, e eu vou fazer o meu. Eu vou fazer o meu. Eu vou trazer o meu trabalho e vou mostrá-lo aqui. Aí, vamos ver o que é que é. Agora, eu não sou escada. O senhor quer escada?...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Estando este Vereador na presidência, e todos são testemunhas, aproveito a oportunidade para comunicar os novos, os amigos Bosco, Valter Nagelstein, Keving Krieger, que eu não deixo ultrapassar o tempo de cinco minutos. O seu tempo, Ver. Paulinho, está encerrado.

 

O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Todos os Vereadores que usaram a tribuna tiveram um minuto a mais, e eu não tive...

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Não se justifica Questão de Ordem, porque o Presidente que estava aqui não era eu.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE (Requerimento): Eu quero solicitar o tempo de Liderança do PDT.

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O senhor já usou o tempo de Liderança do PDT. O senhor quer usar, antecipadamente, o de quarta-feira por acaso?

 

(Manifestações no Plenário.)

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Eu não vou permitir que, estando eu na presidência, isso vire um cirquinho, podem ter certeza disso. Questão de Ordem, Sr. Vereador?

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: O senhor me fez uma pergunta?

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): E eu estou querendo a resposta.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: A resposta é sim, é positiva.

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): De quarta-feira? Isso não está no Regimento, infelizmente. Eu estou levando isso da maneira como os senhores estão levando. Questão de Ordem, Ver. Brasinha?

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Ver. Haroldo, eu voltei para reclamar também que todos os outros usaram dez minutos, e eu não tive...

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Obrigado. O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Mario Manfro.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu anuncio que não vou falar de CPI, que não participo da discussão que está estabelecida, de quem tem mais responsabilidade nesse contrato do Ronaldinho, se é o PT, se é o PDT ou quem quer que seja. Eu não quero falar nisso. Eu fiz parte de uma CPI aqui, fui até o fim responsavelmente; foi a primeira, nos últimos 20 anos, que teve início, meio e fim, e teve o Relatório aprovado. Então, não quero falar em CPI. Quero fazer um comentário e um alerta. Eu acho que já começa a se sentir no Brasil, Ver. Luiz Braz, inclusive expresso nas manchetes de jornais, que subentendem uma situação e, em verdade, é outra. Hoje mesmo a grande maioria dos jornais brasileiros abre manchete: “Banco do Brasil cria refinanciamento automático dos devedores”. Quer dizer, o sujeito deixou de pagar, bota juros em cima e continua devendo mais. Essa operação de encilhamento, Ver. Braz, é que levou à crise do subprime americano. Passou-se o período do estímulo, quando se estimulava os nossos aposentados a fazerem empréstimo no banco, no crédito consignado, com juros baixinhos, que não chegavam a 10% ao ano – esses mesmos aposentados que tiveram correção dos seus vencimentos no último ano de apenas 5% e que, evidentemente, não estão tendo condições de pagar esses financiamentos; agora, eles precisam do refinanciamento automático. Quer dizer, é a bola de neve que começa a crescer. Onde vai explodir essa bolha, Ver. Cecchim, eu não posso exatamente estabelecer, mas que vai recair sobre o povo, vai; o povo que foi estimulado a se endividar e que agora está sendo estimulado a refinanciar o seu endividamento como sendo um grande programa de Governo. Aliás, o Governo já fez um grande programa: os Estados podem aumentar a sua quota de endividamento, e o povo também pode aumentar! Vai ficar uma Nação de endividados, cada um na proporção do quanto vai tomar na rede bancária. Crise neste País? Há muito tempo eu venho dizendo, Ver. Cecchim, entre banqueiros, especialmente se for banqueiro internacional, em nenhum do mundo há tanto entusiasmo por parte do banqueiro como na pátria brasileira. Aqui é uma barbada: é emprestar o dinheiro, e, se ele não voltar, vamos dar um jeitinho, e ele vai voltar igual, porque o Governo garante que o famoso capital especulativo internacional seja bem remunerado.

Então, quero, Vereadores e Vereadoras, fazer este pronunciamento, que é uma forma de exercer a minha resistência democrática. Todo mundo está no oba-oba. As enquetes dão ao Governo Federal consagradoras manifestações de apoio.

Eu não vejo do Governo Federal nada para estancar essa derrocada que a economia brasileira está vivendo: mês após mês tendo déficit na balança comercial; mês após mês vendo aumentar o seu endividamento interno e externo e, agora, transferindo também para as costas do povo, Ver. Kevin Krieger, esse mesmo endividamento. Aonde esse trem vai chegar eu não posso imaginar, mas sei que o vagão que vai descarrilar é o vagão onde está o nosso povão, aquele que é mais sofrido, que se socorre do crédito para comprar o seu refrigerador, o seu televisor, o seu tanquinho e alguma coisa mais ousada, como a sua moto, a sua bicicleta e até mesmo o seu carro. É farto o dinheiro oferecido, que, depois, tem de ser pago.

Quando um povo tem dificuldade de pagar, se anuncia um novo plano, refinancia, faz com que ele fique devendo mais ainda...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Quero registrar a presença do Sr. Mathias Nagelstein, ex-Chefe da Casa Civil do Estado do Rio Grande do Sul. Seja bem-vindo à Casa.

A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras , agradeço às nossas Bancadas por permitirem que eu possa trazer outros dados sobre o tema da limpeza urbana, porque, por mais que tentem dizer que o problema é educação do povo e chamar o povo de Porto Alegre de mal-educado, que é o que eu ouço o tempo inteiro como explicação, os números evidenciam que não é só um problema de falta de cuidado. A população é desestimulada - isso é verdade - a ter posturas ambientalmente sustentáveis, quando não há, por exemplo, equipes de educação ambiental, que façam esse trabalho, junto com o serviço.

Nós sabemos que a educação ambiental foi desmontada nas diferentes Secretarias do Município de Porto Alegre. É preciso fazer educação ambiental, mas é preciso regularidade, rotina da ação do órgão que recolhe lixo na cidade de Porto Alegre. Nós já discutimos e rediscutimos, nesta Casa, o tema do Programa Bota-Fora, que era uma política sistemática que orientava as populações a retirar, em determinado dia, o lixo grande, como o sofá, visto nas fotos. Esse Programa Bota-Fora virou uma demanda do Orçamento Participativo: era um serviço; depois que nós discutimos e denunciamos, virou um serviço feito de vez em quando. Antes, era um trabalho continuado de sensibilização, de orientação e de possibilidade de a população se livrar do seu lixo maior, através do Projeto Ecoparque. Andar quilômetros para carregar sofás, pia, mesa, não há como; o lixo vai parar em valão, em via pública, em lugares, criando novos focos de lixo.

Então, essa foi uma mudança de rotina e de política do DMLU. Não é uma crítica pessoal ao Diretor Moncks - aliás, desejo que ele se recupere bem do seu problema da saúde -, mas é uma crítica política de gestão do DMLU. As escolhas que foram feitas pelo DMLU tornaram-no um órgão ineficiente e mais caro.

Quero falar de programas importantes e que foram abandonados, que estavam previstos no Orçamento, com execução zero. Como exemplo, temos o Projeto Ecoparque: técnicos da Prefeitura estiveram no exterior para estudar - houve investimento -, deixaram todo o Programa pronto. Esse Projeto estava previsto no Orçamento, mas tem 0% de execução.

Outros programas vinculados ao lixo, programas que não foram executados e que fazem muita falta para dar um salto, porque é verdade que a população de Porto Alegre está produzindo mais lixo, e não há iniciativas novas, com uso de tecnologia, para redistribuir e reencaminhar esse lixo.

Muito mais pessoas vivem do lixo e da reciclagem ainda em Porto Alegre. Há vilas inteiras que trabalham com reciclagem, como a Vila Santo André. A Prefeitura previu R$ 3 milhões de investimentos no ano passado, gastou R$ 300 mil. A Vila São Pedro, por exemplo, pede um contêiner para ser colocado o lixo, fazendo com que não ele se torne um foco na porta da sua vila. A resposta do DMLU é que a Prefeitura não tem contêiner e não tem como comprá-lo.

Então, se estava previsto R$ 3 milhões em investimentos, usou só R$ 300 mil e usou quase R$ 400 mil em publicidade, sem comprar um contêiner, por exemplo, para a Vila São Pedro, ao lado a Amrigs; para a Vila Santo André – em que há não sei quantas famílias usando galpões de reciclagem, que é a política do descarte, tinha que ter contêiner. São opções que não estão dando certo e que fazem do DMLU um órgão mais caro e ineficiente, fazendo com que a Cidade quando chove, entre em colapso por causa disso.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. NELCIR TESSARO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste, venho a esta tribuna em Liderança do meu Partido, PSD, agradecendo ao Ver. Tarciso, meu Líder, pela cedência do seu tempo, para manifestar um pouco do que vi em Porto Alegre neste feriadão. Na quinta-feira, no final da tarde, houve um verdadeiro caos na cidade de Porto Alegre. O trânsito estava caótico, desorganizado. As pessoas, para saírem e chegarem até o Laçador ou até o final da Av. Assis Brasil, demoravam quase uma hora de percurso. Não estava chovendo; então, o problema não é da chuva, mas, sim, da má organização.

Na volta desse feriadão, no domingo, por volta das 18h, a EPTC juntou-se ao Estado para fazer blitze. Isso congestionou e prejudicou a entrada da Cidade, proporcionando acidente. Quem está no Governo para resguardar a segurança do cidadão, estava justamente fazendo o contrário, domingo, das 17 às 18h.

Eu nunca vi na minha vida fazerem uma Blitz em frente ao Aeroporto Salgado Filho, o que proporcionou uma fila de carros até Novo Hamburgo: uma fila de carros, descendo a freeway, na rótula da Av. Farrapos - todos os veículos tinham que se cuidar porque poderia acontecer uma colisão, com toda a certeza, naquela situação, Ver. Tarciso.

Isso é falta de gestão, é falta de organização, é para alguém dizer e se vangloriar nos jornais de hoje: 10, 15 mil multas. Não precisa fazer isso para multar. Para multar, basta preencher aquelas cotas que todo azulzinho tem, durante o seu dia de trabalho: ele coloca no bolso a sua caderneta e diz que hoje tem que multar cem veículos. Vai para a rua, pega os que estão estacionados e já sai com a cota, Ver. Tarciso.

Eles ficam camuflados: na Av. Carlos Gomes, nº 1.324 tem um azulzinho que estaciona o carro da meia-noite às 5h; deixa o carro estacionado com o radar e sai dali; só fica o carro. As multas da madrugada vão surgindo: a 65, 70 quilômetros por hora. Ele só faz isso, por quê? É hora da arrecadação.

Eu gostaria que a EPTC mandasse para cá ou que o Executivo encaminhasse para o Legislativo qual o percentual do faturamento que faz com que sobreviva a EPTC em relação às multas. É lamentável, Ver. Brasinha. Está certo o seu Projeto, mas pena que é inconstitucional! Se fosse constitucional, daria certinho, mas é uma pena! Eu acho que tem que mudar a situação de Porto Alegre.

Outra situação que Porto Alegre tem que mudar é com relação ao nosso Túnel da Conceição. Eu cheguei andar por ele hoje de manhã, Ver. Tarciso, para saber se ele foi reformado mesmo, se foi revitalizado.

Ele já está velho! Foi inaugurado há quatro meses e já está velho. É uma vergonha a buraqueira que há para entrar no Túnel da Conceição! É uma vergonha a ondulação da pista dentro do Túnel da Conceição! Os canos de iluminação estão caindo. Vejam, R$ 3,8 milhões para fazer aquela reforminha, convenhamos! Eu acho que faltaram empresas no pregão eletrônico para saber, realmente, o que custou para fazer aquilo, Ver. João Bosco. Com toda a certeza, com menos de R$ 2 milhões se faria muito melhor do que aquilo que foi feito, e quem sabe colocar lá cerâmicas, nas laterais, para aparentar higiene, pois está um caos, uma vergonha o nosso Túnel da Conceição. Logo na primeira curva da nossa elevada, onde o João Bosco tem o privilégio de sempre ter ali as suas propagandas, é melhor os carros que seguem rápido terem cuidado, pois lá há um buraco, e eles podem trepidar e cair fora da pista.

Então, eu quero que a fiscalização, principalmente o Tribunal de Contas deste Estado, vá averiguar aquela pista, bem como o contrato, para ver como ele foi feito. Com toda certeza, ou a empresa não executou o que tinha que executar no contrato, ou foi contratado a menor o que deveriam fazer.

Mas está muito mal. Para uma Cidade que quer a Copa, que está trabalhando só para a Copa, está muito mal.

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente, Ver. Haroldo de Souza; Sr. Líder do PMDB, Ver. Idenir Cecchim, agradeço a V. Exa. o tempo cedido, colegas Vereadores e Vereadoras, servidores do Legislativo, assessores, público que nos acompanha pela TVCâmara, meu querido pai, que está aqui conosco no plenário, senhores e senhoras, Ver.ª Fernanda, Ver. Luiz Braz, já se passaram dois anos desde a minha saída, e o Ver. Haroldo me lançou um repto que confesso por demais difícil - e é correto o Presidente quando diz: “olha, cuida o tempo, porque eu não dou dilação de prazo, não concedo tempo, e o tempo é de cinco minutos”. E eu digo, Ver. Toni, que é difícil, porque é difícil reduzir dois ou três anos nestes três minutos e quarenta e cinco segundos que se passam. Mas vamos tentar fazer um esforço nesse sentido.

Eu quero dizer a V. Exas. que retorno com muita alegria, com muita honra, com muita satisfação ao convívio dos ilustres colegas, como o Ver. Dr. Goulart, o Kevin, que foram meus colegas no Secretariado Municipal, o Ver. Alceu Brasinha, meu amigo, para reassumir o mandato - e para quem faz política acredito que não haja nada mais sagrado do que o mandato que o povo concedeu tanto a este Vereador, como concedeu a V. Exa. e a todos os Vereadores. Sei que temos, meu querido parceiro Valdir Fraga, uma tarefa enorme, hercúlea, um desafio quase intransponível nos dias de hoje, em que o exercício da política, a profissão de fé... Na verdade, nós, que fazemos política, sabemos que é uma profissão de fé porque é um sacerdócio, uma vocação em que nos jogamos de corpo e alma. Para muitos de nós, certamente, seria mais fácil ter outras atividades, outras dedicações, mas fazemos isto porque há um comando maior, há uma voz interna que nos empurra, que nos dirige, que determina que tenhamos uma vida pública. E como tem sido difícil fazer vida pública nos dias de hoje, nestes dias em que a política vive o que todos nós sabemos que ela vive. Mas é preciso afirmar, Ver. Pujol, a política que fazemos, Ver. Tarciso, e reafirmar as virtudes da boa política. É por isso que venho à tribuna - e me restam dois minutos - para tentar prestar contas dos dois anos em que estive afastado do mandato popular e desta Casa Legislativa do povo de Porto Alegre.

Procurei, sucedendo o Ver. Idenir Cecchim, dar continuidade a um trabalho que é um projeto de Governo, a um trabalho que reconhece, no que diz respeito à indústria, ao comércio e à produção, que a nossa Cidade é uma cidade cujo tecido econômico é composto, em 99%, de micro e pequenos negócios, de pessoas que lutam, que labutam o dia inteiro contra toda sorte de dificuldades para poderem levar o pão à mesa das suas famílias e ter uma vida digna para si próprio e para os seus. É aí que entra o papel do Poder Público Municipal, e é aí que, tenho certeza, nós temos feito, Ver. Cecchim, a diferença, com a construção do Centro Popular de Compras, que transformou a realidade do Centro da Cidade; com o reequipamento da Secretaria, tarefa que levamos esse tempo para fazer; com as nossas feiras revitalizadas; com o alvará eletrônico, que foi implantado; com a linha de microcrédito, que, nesses poucos meses, emprestou mais de R$ 1,5 milhão a pessoas que de fato precisam; com a revitalização do Brique da Redenção; com a Operação Fumo Zero, que praticamente baniu o fumo dos ambientes coletivos da nossa Cidade; com a qualificação profissional; com a abertura do Sine na Restinga; com o Procon de Porto Alegre e seus quase 80.000 atendimentos em um ano; com o incentivo à produção agropecuária na Cidade; enfim, com tantas e tantas tarefas que nós tivemos o desafio de enfrentar e das quais tenho a satisfação de vir aqui prestar contas aos meus pares e à população para dizer que nós, de fato, enfrentamos essa missão. E com cabeça erguida, na última sexta-feira, deixei a Secretaria para voltar, com muita honra, ao convívio de V. Exas., e ombrear, e somar esforços para trabalharmos por Porto Alegre. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Haroldo de Souza; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, a minha Bancada já veio, aqui, à tribuna, hoje, por três vezes, com as colegas Sofia Cavedon, Maria Celeste, e agora este Vereador, para trazer um quadro de um dos temas que é apontado como um dos temas mais críticos na Cidade de Porto Alegre, que é a limpeza urbana, ou melhor, a falta de limpeza urbana. Junto com a Saúde, com a Educação e o trânsito, são os quatro pontos apontados pela população como críticos.

E aí, Ver. Brasinha, parafraseando o meu amigo Valter, que retorna a esta Casa, ao dizer que cinco minutos é pouco tempo para relatar tudo o que ele fez de positivo, para nós, da oposição, cinco minutos é impossível para relatar todos os problemas que tem na Cidade.

Nesse tema da limpeza urbana, a Cidade apresenta um modelo que não deu certo. Ver. João Antonio Dib, o senhor e a base de oposição do Governo popular diziam que o PT era especialista em limpar, varrer a Cidade e pintar meio-fio. É verdade, fazíamos muito bem isso, e essa sujeira não existia na cidade de Porto Alegre.

Hoje, como já foi demonstrado aqui pelas minhas colegas, tive o desprazer de contar, no trajeto que faço do Lami até o Centro, vindo pela Lomba do Pinheiro, 102 focos de lixo na Cidade.

Esse trabalho todo, ou essa falta de trabalho, deve-se ao modelo adotado, de tirar a inteligência da limpeza urbana de dentro do serviço público e terceirizá-lo. Esse é o grande problema desse modelo não ter dado certo.

A limpeza urbana não é função só do DMLU, mas é do DMLU, do DEP, da SMAM, enfim, é necessária uma sintonia entre as Secretarias, fato esse que não existe, sob o ponto de vista da atual gestão.

Vou ler aqui um documento (Lê.): “Em virtude da ausência ou precariedade do serviço de limpeza e manutenção das valas de drenagem por parte do Departamento Municipal de Esgotos Pluviais - DEP, o Ministério Público, através das Promotorias de Justiça de Habitação e Defesa da Ordem Urbanística e de Defesa do Meio Ambiente, ajuizou ação civil pública contra o Município de Porto Alegre. A inicial é assinada pelos promotores especializados. A falta do serviço dificulta ou inviabiliza o escoamento pluvial ou em decorrência do acúmulo de detritos, sendo um dos principais fatores de alagamentos em diversos pontos da Capital. Conforme o Ministério Público, a manutenção e limpeza das valas estão prejudicadas devido à ausência de local adequado para o descarte do material removido das limpezas, não podendo a coletividade arcar com as consequências danosas deste problema, que depende exclusivamente da atuação do Poder Público Municipal. Foi postulada antecipação de tutela para que o réu seja compelido a apresentar um cronograma de dragagens e limpeza das valas e valões de Porto Alegre que apresentarem maior criticidade de alagamentos, destinando o material dragado para local adequado e devidamente licenciado pelo órgão municipal. O Ministério Público postulou a condenação do Município para efetuar a limpeza e conservação...”.

Eu não quero aqui judicializar a política, não é esse o nosso objetivo, agora, quando tem uma ação como essa do Ministério Público, que está cobrando, dizendo, e determinando que o Município é réu, em outras palavras, por falta de competência de gestar o serviço de limpeza urbana, que isto é associado...

 

(Aparte antirregimental do Ver. Alceu Brasinha.)

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Ver. Brasinha, o senhor pode usar a tribuna a hora que quiser, eu faço o debate com o senhor a hora que o senhor quiser. Está aqui: o DEP está sendo ajuizado, está sendo cobrado na Justiça por incompetência de gestão. Esta é a questão que nós temos que analisar. Bom, se tem incompetência de gestão, nós podemos verificar quais são as outras incompetências. E aí o nobre Secretário Ernesto vai para as rádios criticar os Vereadores de oposição, com deselegância, dizendo que está tudo limpo. Não está tudo limpo! As bocas-de-lobo estão entupidas. Por quê? Por falta de limpeza. Se tem mais matéria orgânica, cada chuva leva isso para o lago; aumenta a matéria orgânica, aumentam as algas; aumentam as algas, tem que jogar mais produto químico; e, com isso, a água consumida tem mais problema, mais cheiro, e mais efeitos colaterais. Esta é a discussão que nós temos que fazer. Portanto, hoje, na agenda limpeza pública, a Administração deve ter nota dois e meio, ou três. Um grande abraço, muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, eu queria uma informação: na época do Secretário Campani, o que aconteceu no DMLU? O senhor teria como me informar?

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Vou encaminhar o pedido para a nossa Diretoria.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Haroldo de Souza; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, meus senhores e minhas senhoras; eu fui Prefeito, e o serviço de limpeza não era terceirizado. Quem terceirizou está lá nos 16 anos, e terceirizou contrariando a lei que dizia que era proibido terceirizar. Depois de alguns anos, pediram que fosse revogada a lei. Mas agora eles estão com a mania de mostrar, na tela, as coisas que acontecem. Eu vou ler, já que o Ver. Comassetto também leu, o que recebi do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (Lê.): “Prezado Líder do Governo: com relação à manifestação da Vereadora Sofia Cavedon na sessão plenária de hoje (09/04/2012), devemos tecer os seguintes reparos: primeiro, o espaço onde foi construído um deck para a disposição do lixo domiciliar da Vila São Pedro (Cachorro Sentado) foi cedido pela Amrigs num acordo feito com a associação dos moradores da referida vila, o DMLU entrou apenas com a mão de obra e Amrigs, como já dito, cedeu uma pequena parte do seu terreno; o referido deck funciona há mais de três anos com o recolhimento dos resíduos três por semana, sendo que nestes dias a referida coleta é feita em três turnos, manhã, tarde e noite; cabe ressaltar que a Vereadora Sofia Cavedon quando visitou a Vila São Pedro na condição de Prefeita interina solicitou a ampliação do deck a pedido dos próprios moradores; neste ano, após a troca de diretoria da associação dos moradores alguns dirigentes desta entidade resolveram fechar, parcialmente, o deck e voltaram a colocar lixo defronte à vila ou no arroio Dilúvio. Saliento que no dia em que esses dirigentes tomaram tal deliberação a Vereadora Sofia Cavedon entrou em contato com o DMLU dizendo que estava participando de uma assembleia na Vila São Pedro, e que "a comunidade" teria decido pelo fechamento do deck; cabe ressaltar que a implantação do deck foi uma iniciativa exclusiva da comunidade da Vila São Pedro que na época negociou, diretamente, com a direção da Amrigs que também tinha interesse de acabar com o foco na entrada do seu estacionamento na Av. Ipiranga. Por fim, podemos constatar que o movimento contrário ao regular funcionamento do deck é liderado por algumas pessoas com ligação partidária e que estão mais preocupadas com a questão de cunho eleitoral, do que as necessidades da comunidade propriamente dita”. Eu já disse aqui e vou repetir hoje: toda vez que o Vereador vai à tribuna e culpa o Departamento de Limpeza Urbana, ele está dizendo para aquele que suja a Cidade que ele tem razão, que o Departamento de Limpeza Urbana tem que ir lá limpar. Não é assim! Vereador tinha que conscientizar a população de que a Cidade é responsabilidade de todos nós, e não apenas do Departamento de Limpeza Urbana, que esse não suja a Cidade. E a gente dizer que está tudo errado é muito fácil. O importante é saber que a Cidade cresceu, e os Vereadores não estão na oposição dizendo aquilo que deveriam dizer, como nós fazíamos no passado. Nós reclamávamos da sujeira, mas reclamávamos também àquele que sujou, não apenas dizendo que o DMLU era culpado. É claro que o DMLU pintava cordões, isso era excelente; não pintam mais. Mas isso não é limpeza da Cidade, é apenas enganar os olhos daqueles que veem: “Olha, está tudo pintado, está tudo bonitinho!”

Nós lembramos os alagamentos que aconteciam na Cidade e que hoje não acontecem mais; nós lembramos os focos de lixos que existiam e que foram retirados. Eu mostrei, há poucos dias, uma reclamação do Ver. Adeli Sell no Postão da Vila dos Comerciários, e eu achei que era uma barbaridade. Ele me mostrou fotografias: 9 horas da manhã, não tinha nada; uma hora da tarde, tinha o mesmo monte de lixo; às 3 horas da tarde, não tinha; às 5 horas, tinha, de novo, o mesmo lixo. Por que nós não mostramos para a população que ela é também responsável pela limpeza da Cidade, e não apenas pela sujeira da Cidade? Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza – às 17h): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 2255/10 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 013/10, de autoria da Verª Maria Celeste, que inclui art. 36-A na Lei Complementar nº 170, de 31 de dezembro de 1987 – que revoga a Lei Complementar nº 32 de 07/01/1977, estabelece normas para instalações hidrossanitárias e serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário prestados pelo DMAE e dá outras providências –, e alterações posteriores, dispondo sobre o cálculo da tarifa mensal de água de creches comunitárias e entidades responsáveis pelo Serviço de Atendimento Socioeducativo (SASE) conveniadas com o Executivo Municipal. Com Emenda nº 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Pedro Ruas: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto; Relator Ver. Adeli Sell: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação da Emenda nº 01;

- da CEFOR. Relator Ver. João Antonio Dib: pela rejeição do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CUTHAB. Relator Ver. Paulinho Rubem Berta: pela aprovação do Projeto; Relator Ver. Alceu Brasinha: pela aprovação da Emenda nº 01;

- da CEDECONDH. Relator Ver. Toni Proença: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da COSMAM. Relator Ver. Beto Moesch: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82,

§ 1º, I, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia em 30-11-11;

- discutiram a matéria os Vereadores M. Celeste e R. Pujol, em 04-04-12.

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Em discussão o PLCL nº 013/10.

 

A SRA. MARIA CELESTE (Requerimento): Eu requeiro que haja adiamento da discussão do meu Projeto, o PLCL nº 013/10, por uma Sessão. Já estou encaminhando o pedido formalmente à DL.

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Em votação o Requerimento, de autoria do Ver.ª Maria Celeste, solicitando adiamento da discussão do PLCL nº 013/10 por uma Sessão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 3984/11 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 063/11, que cria cargos efetivos, cria e extingue cargos em comissão e funções gratificadas dos Quadros de Cargos e Funções Gratificadas do Departamento Municipal de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Porto Alegre (PREVIMPA) e dá outras providências.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Airto Ferronato: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Alceu Brasinha: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, III, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia em 02-04-12.

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Em discussão o PLE nº 063/11. (Pausa.) A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLE nº 063/11.

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, o PLE nº 063/11 cria cargos efetivos e extingue Cargos em Comissão e Funções Gratificadas. Primeiro, eu tenho dúvida se nós podemos fazer, neste período, essas alterações que implicam, possivelmente, novos gastos no PREVIMPA, na Administração Pública. Na semana passada, votamos, segunda e terça-feira, em três turnos e aceleradamente, porque tínhamos o período eleitoral a preservar. Então, pergunto a nossa Diretoria, a nossa Mesa se este Projeto pode ser votado neste momento. Em segundo lugar, gostaria de começar a reflexão sobre o PREVIMPA, mas vejo que a Ver.ª Fernanda gostaria de contribuir.

 

A Sra. Fernanda Melchionna: Obrigada, Ver.ª Sofia, eu agradeço o aparte. Na verdade, aproveito o pronunciamento de V. Exa. concordando sobre a questão dos prazos para questionar o Governo, porque, o art. 3º cria um Cargo em Comissão, ainda que crie cargos de provimento efetivo e Funções Gratificadas. Cria um Supervisor de Gabinete, que não havia antes, foi a leitura que eu fiz do Projeto, isso me parece importante, assim como a discussão dos recursos previdenciários dos municipários. Eu vi pela imprensa que estava previsto que o PREVIMPA colocaria dinheiro para a Andrade Gutierrez construir o Beira-Rio. No final, os Conselheiros conseguiram derrubar essa posição, mas é um absurdo usar o dinheiro de aposentadoria de funcionário público para financiar grandes empreiteiras como a Andrade Gutierrez. Obrigada.

 

O Sr. Valter Nagelstein: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Muito obrigado. Eu quero contribuir porque V. Exa. lançou um repto, uma dúvida, e eu espero contribuir. A criação do cargo não me parece problemática. O problema que pode haver, se porventura houver, é a provisão desse cargo, é a nomeação do funcionário, se a lei eleitoral – nós estamos, neste ano, em prazo de lei eleitoral – não permitir. Mas nós criarmos o cargo não me parece ter empecilho nenhum, até porque o Executivo pode, no momento em que for possível, lá na frente, fazer o provimento do cargo. Então, não há, sob esse aspecto, me permita dizer isso, com respeito a V. Exa., ilegalidade nenhuma. Muito obrigado.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Eu acho que há controvérsias, porque, no momento em que você cria o cargo, você já cria a presunção da nomeação. Esta Casa deve respeitar prazos legais, mas esse é um tema jurídico, eu quero tratar do tema político. A minha preocupação – infelizmente fiquei com um período muito curto para discussão – é com o tamanho do PREVIMPA. O que eu temo é que nós construamos um elefante branco. O nosso PREVIMPA tem um caixa, hoje, já muito importante, que vem protegendo as futuras gerações de municipários que terão as suas aposentarias garantidas por um fundo, vai proteger as finanças públicas, garante a aposentaria integral. Eu acho que isso é muito importante. É uma conquista dos municipários, que fazem a contribuição sobre os seus salários, mas que terão a aposentadoria integral. Então, nós temos que cuidar muito uma estrutura que venha a inchar o nosso Departamento Municipal de Previdência. Eu não tive tempo de ler se o Conselho de Administração aprovou. Eu temo que nós criemos uma estrutura muito grande e comecemos a entrar numa história de outras instituições que nós vimos, de instituições que acabam criando altos salários, muitos CCs, muitas gratificações e fique ensimesmada.

Eu gostaria de poder ver se o Conselho aprovou a criação desses novos CCs para o PREVIMPA e se eles, de fato, são úteis e se são legais num período como esse. Queremos um PREVIMPA enxuto, muito forte para garantir as aposentadorias e a saúde dos municipários durante a vida ativa e na aposentadoria.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para discutir o PLE nº 063/11.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Ver.ª Sofia, eu acho que nós – e é patente, é evidente – temos visões de mundo, em grande parte dos assuntos, divergentes. Mas existe, certamente, convergências entre o que nós pensamos. E eu quero lhe dizer que, talvez sobre este Projeto aqui, não porque é figura de retórica, mas porque é fato, fato na prática dos Governos, no dia a dia, não obstante, qualquer divergência que nós possamos ter sobre qualquer outro assunto, parece-me que, quando nós falamos a respeito de serviço público, da necessidade de valorizar o servidor público, da necessidade de ter estrutura para atender ao cidadão, à sociedade e ao próprio servidor público, nesse aspecto, todos concordam, Ver. João Bosco Vaz, que é necessário nós termos uma estrutura pública condizente com aquilo que o servidor público, por um lado, necessita, tem como demanda e, por outro lado, que a própria sociedade pede e reclama dos Governos.

Eu quero dividir a minha fala, Sr. Presidente, em duas partes: a primeira, sobre os CCs, para trazer um testemunho aqui. Tanto se demoniza essa figura dos CCs, e isso é tão incoerente que a maior parte dos servidores que aqui estão conosco, Vereadores, nos ajudando no plenário desta Câmara, são Cargos em Comissão, são CCs! Mas como vamos dizer que a figura do CC não presta, que ela é ruim? Só quem está no Governo ou no exercício da atividade política, como aqui estamos, sabe da importância de nós podermos dispor de pessoas qualificadas, que têm uma ligação conosco, sim, que não é só ligação por via concurso ou estatutário ou o servidor de carreira. Então, em primeiro lugar, não vamos demonizar o CC, porque todos precisamos, é uma figura imprescindível! Quero dizer que dos 20 Cargos em Comissão que comigo contribuíram na SMIC, no período em que eu estive lá, todos eles tinham função técnica e todos eles eram essenciais para a administração. Portanto, não vamos fazer terra arrasada dizendo que CC é uma coisa ruim, porque, se dissermos isso, estaremos atacando os nossos colaboradores dos nossos gabinetes. Concordemos que CC é importante e fundamental! Não fosse assim, o próprio Governo Federal não tinha criado em profusão, nesses últimos 8 anos, CCs, e todos nós sabemos, nos mais diversos níveis, nas mais diversas instâncias, da Administração Direta, Indireta, de autarquias, empresas públicas, sejam lá de onde forem.

A segunda questão diz respeito aos cargos de provisionamento definitivo aos funcionários concursados. Estes são fundamentais e estratégicos ao servidor público. E aqui eu faço um alerta ao Sindicato dos Municipários de Porto Alegre, porque nós estamos lidando com a poupança dos funcionários do Município que contribuem, eles com uma parcela e o Município com outra para um órgão de previdência do Município que cuida da complementação da aposentadoria desses municipários. É óbvio que nós precisamos ter um corpo profissional dentro de uma instância dessas, de uma Secretaria, de um instituto como o PREVIMPA o mais competente possível; precisamos ter estabilidade funcional, precisamos ter memória num instituto dessa natureza; nós precisamos ter mais servidores - servidores capacitados, habilitados para gerir exatamente aquilo que é mais sagrado, que é a poupança desses municipários que trabalham uma vida inteira, e, no final da vida, fazem jus a essa complementação de aposentadoria, que lhes é alcançada pelo PREVIMPA. Então, não me parece que seja lógico, por qualquer diferença que nós tenhamos, discutirmos a possibilidade de poder ter servidores que vão vir integrar as fileiras do Município exatamente para trabalhar em favor do cidadão, em favor do municipário, em favor do contribuinte. Ora, a única discordância pode ser pelo simples amor à discordância, à oposição pela oposição, e eu peço – sei que não é da natureza desta Casa – uma reflexão de nós todos para que superemos este momento em favor de um PREVIMPA forte. Muito obrigado, Sr. Presidente; muito obrigado, meu Líder, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PLE nº 063/11.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, volto a bater na mesma tecla da semana passada: isso que se está fazendo aqui não é republicano, não é democrático; é eleitoreiro e é picaretagem! Sabem por quê? Vejam só: a cada um dos exercícios de 2012 e 2013 a despesa será de R$ 1.279.214,72 de gasto agregado; de gasto a mais! Portanto, eu gostaria que se somasse tudo o que veio para cá, de iniciativa do Executivo, todos os “trenzinhos” que foram enviados para cá nesse período e se fizesse a conta final. Vamos chegar a quanto? Cinquenta milhões, 100 milhões, 150 milhões? Isso não foi feito, e agora é mais um pedido absolutamente sem necessidade, eleitoreiro, porque são mais R$ 1.279.000,00 em gasto com Funções Gratificadas e Cargos em Comissão; eu não vejo também esse problema de ser um ou outro; vejo, sim, a não necessidade de comprometimento dos recursos públicos para a Administração, que já vai estar em situação muito complicada nos próximos 10 anos, por conta do comprometimento desse volume todo em gastos, e também o PREVIMPA que vai ser o principal elemento de dificuldades para o futuro, porque diz respeito aos servidores. Estamos criando aqui essa despesa originária de mais R$ 1,280 milhão por ano. Votaremos contra, porque o PREVIMPA trabalhou e pode trabalhar sem esse gasto a mais. A Administração tem extraordinários quadros, tem excelentes profissionais e não carece, não necessita - repito -, não é republicano, não é comprometimento com a Cidade fazer esse conjunto de gastos que se está pedindo autorização aqui.

Está errado o Executivo em produzir esses efeitos, porque essa conta toda ou vai para o contribuinte, ou vai para o trabalhador, ou vai para o serviço depois que vai faltar, ou vai para a limpeza que não se terá; ou vai para a saúde que faltará; ou para todos os serviços que entrarão em déficit porque o custo, o gasto e a autorização para a gastança pública é exagerada. Peço a todos os Vereadores e Vereadoras, pois não se trata aqui de profissionalizar mais, porque o que está faltando é gestão, é controle, é iniciativa e vontade política, isso pode resolver os problemas, mas não esse conjunto de gastos que é produzido aqui sistematicamente, que só aumenta a conta e o repasse para o contribuinte. Um milhão, duzentos e setenta mil reais por ano para funções de direção no Instituto dos Previdenciários - é possível, Ver. Fernanda, mais uma conta? Cada um desses projetos que veio para cá e pede autorização para aumentar os gastos - é categoria A, é categoria B, é setor C, é grupo F -, torna-se um somatório de comprometimento das finanças públicas para o futuro. Eu vejo sem necessidade, não republicano, e levando ao risco do prejuízo o Erário, que é, sim, do funcionário, nesse caso, que é o contribuinte. Mas é sobretudo da municipalidade, do conjunto dos contribuintes, pois o déficit daqui a dez anos, Ver. João Dib, está estimado em mais de R$ 800 milhões por ano. Isso é inaceitável! Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLE nº 063/11.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Haroldo de Souza; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, qualquer dia desses eu vou perguntar aqui o que é republicano, eu tenho muita curiosidade; eleitoreiro eu sei o que é, porque eles sabem fazer tudo. Eles sabem tudo de eleitoreiro!

Agora, nós temos o PREVIMPA, que está aí para assegurar as pensões, as aposentadorias dos servidores de Porto Alegre. Então, o que é que está sendo criado? Cargos de Assistente Administrativo. Isso não significa, em absoluto, que não possam ser servidores municipais do Quadro e que estejam, como já estão, lá no PREVIMPA. Não significa isso. Pode ser do próprio Município, mas se tiver que colocar algum, vai ter que ser concursado.

Estão criando dois cargos de Técnico em Contabilidade, que podem ser buscados no Quadro do Município ou fazer concurso. Agora, eu não posso pensar em pensão e aposentadoria sem ter contabilidade. Os doutos sabem falar de matérias eleitoreiras, mas eu não sei bem o que é republicano.

Grupos executivos de assessoramento superior: nenhum desses cargos é em Comissão. Assistente Social - eu acho que há necessidade de um Assistente Social, sim; um Arquivista - eu acho essencial que toda a documentação do PREVIMPA, que é muita, seja arquivada convenientemente para ser localizada com facilidade; um Psicólogo - quando for pedir a aposentadoria, o servidor de repente precisa ser examinado, talvez ele tenha realmente algum problema psíquico e seja aposentado em menos tempo do que os 35 anos. Eu acho que não é nada demais. Um técnico em Comunicação Social - nós temos vários aqui na Câmara. Cargo em Comissão - cria um Cargo em Comissão, Supervisor de Gabinete - é uma coisa do Diretor-Presidente, evidentemente, escolher uma pessoa que seja acessível, que seja da sua confiança - não tem nada demais! Quadro de Funções Gratificadas - Função Gratificada para Diretor -, eu acho justo; para o Coordenador, para o Chefe da Procuradoria, para o Chefe de Unidade e para o Chefe de Setor. Grupo de assessoramento: Assistente Técnico I, e também o Quadro de Funções Gratificadas terminam com Funções Gratificadas de dois Assistentes Técnicos. Esse é o clima eleitoreiro e republicano – o PT gosta do republicano, eu tenho as minhas dúvidas. Eu tenho a absoluta convicção de que o Projeto é bom para todos os servidores do Município e vejo que, quando o PREVIMPA vem aqui, os discursos mudam, mas hoje o PREVIMPA não veio, não tem problema. Acho que o Prefeito mandou um bom Projeto e nós precisamos aprová-lo sem nenhum problema. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): A Ver.ª Maria Celeste está com a palavra para discutir o PLE nº 063/11.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, primeiro, causa estranheza, Ver. João Antonio Dib, que ficou apenas para votação este Projeto que cria os CCs, as Funções Gratificadas e os Cargos de Provimento Efetivo, e tenha sido retirado da priorização o Projeto que criava a reestruturação do PREVIMPA. Não deu para compreender por que foi retirado aquele e mantido, simplesmente, o Projeto da criação dos cargos. Segundo, também nos causa estranheza, mais uma vez - quero reiterar que a Bancada do PT sempre votou favoravelmente à criação de cargos nas diversas Secretarias que aqui foram apresentadas, o Governo Fortunati, o Governo Fogaça/Fortunati trazer para esta Casa mais criação de cargos. Aqui, o senhor fala efetivamente que são criados um ou dois cargos e Funções Gratificadas. São 13 Funções Gratificadas, extinguindo-se apenas duas; ou seja, criam-se 13 e extinguem-se duas Funções Gratificadas. Não dá para dizer que não há repercussão financeira - há repercussão financeira. O Ver. Todeschini já leu o valor da repercussão financeira: R$ 1,3 milhão, isso para a criação de novos cargos, incluindo Cargos em Comissão. Quando nós reclamamos, estamos nos referindo ao alto número de Cargos em Comissão que foram criados neste Governo. Quero aqui trazer novamente os dados que temos trazido, e, a cada semana, Líder do Governo, Ver. João Antonio Dib, isso tem aumentado. A cada semana, aumenta o número de Cargos de Confiança criados pelo Governo Municipal. Hoje, no total, entre Secretarias, Autarquias, FASC, empresas, são mais de 900 Cargos em Comissão criados neste Governo, e, a cada semana, a cada projeto que chega, a cada 15 dias, com certeza, nesta Casa, há a criação de um cargo novo. Isso é ou não é vontade de manter uma disputa eleitoral acirrada através de cabos eleitorais que são constituídos dessa forma? Se fosse apenas para o provimento de cargos efetivos, como o senhor diz no início do Projeto, todos nós concordaríamos, e a nossa crítica, aqui, tem sido dura, porque a criação de Cargos em Comissão têm extrapolado em detrimento dos cargos de provimento da Administração e da boa gestão pública, o que tem que ser quando se fala em funcionalismo público no Município.

Mais nos preocupa, ainda, uma grande repercussão financeira neste Projeto constituído através de um pedido que foi formalizado pela Prefeitura, quando nós percebemos que há em torno de 2 mil funcionários públicos municipais recebendo abaixo do salário mínimo nacional! Ver. João Antonio Dib, nos ajude nessa questão, o senhor sabe do que eu estou falando. Os municipários estiveram aqui e têm pedido auxílio desta Câmara, porque não é mais possível convivermos com dois mil trabalhadores do Município de Porto Alegre recebendo abaixo do salário mínimo nacional, imposto no Brasil a partir de janeiro deste ano.

Ver. João Dib, eu lhe dou um aparte com muito gosto. Presidente Haroldo, por favor, o Ver. Dib está pedindo um aparte.

 

O Sr. João Antonio Dib: Nobre Ver.ª Celeste, V. Exa. tem uma preocupação muito justa, o Simpa não tem a mesma. Realmente, esses servidores estão recebendo menos do que o salário mínimo; no entanto, agora em maio, eles receberão retroativo a janeiro, fevereiro, março, abril e maio - e é salário, não é mais abono.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Que boa notícia o senhor está nos dando agora, Ver. João Antonio Dib, porque a lei já existe e já deveria ter sido colocada em prática. É isso o que os municipários estão esperando, especialmente esses 2 mil trabalhadores do Município de Porto Alegre.

Agora, quero dizer que é um absurdo a criação de Cargos em Comissão neste Governo, que reiteradamente tem mandado projetos para esta Casa com este teor, aumentando o número de Cargos em Comissão e o número de Funções Gratificadas para o seu Secretariado. Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLE nº 063/11, por cedência de tempo do Ver. Engenheiro Comassetto.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Obrigada, Ver. Haroldo. Eu agradeço ao Ver. Engenheiro Comassetto porque este tema me é muito caro, acho que a gente tem que fazer uma discussão aprofundada. Fiquei espantada, Ver. Valter, pela sua ênfase em defender os CCs; o problema central aqui não é o CC... É o CC? Eu quero discutir a saúde financeira do PREVIMPA e a necessidade de incrementação de cargos, porque nós sabemos que está sendo criada uma série de cargos para uma nova estrutura, uma separação de Diretorias no PREVIMPA. As minhas experiências no PREVIMPA, o que eu acompanho, me dizem que, sem agregar novas Funções, não há necessidade de tantas novas pessoas trabalhando lá. Se me dissessem que iam criar um setor para biometrias, que é um setor de triagem, para aposentadoria especial, bem, aí, é outra situação, ia assumir uma função da saúde, daria um gasto grande... Não sei se o PREVIMPA tomou essa decisão.

Eu, por exemplo, já estive lá tomando informações sobre a minha vida funcional, e não há fila de espera! O atendimento é bom, é suficiente, os funcionários conseguem fazer boletins de toda a sua vida funcional em poucos minutos, não se fica esperando ou, por exemplo, não é demonstrada falta de funcionários para o atendimento ao público.

Segundo, não me consta que as aposentadorias demorem muito, não. Os colegas municipários têm tirado sua Licença-Prêmio, nesse tempo tramita a análise da sua vida funcional para a aposentadoria... Então, eu não tenho nenhuma evidência, nenhum elemento que me diga que o PREVIMPA não está conseguindo atender ao funcionalismo, gerenciar as suas tarefas e que precisa desse aporte, desse gasto de quase R$ 1,5 milhão a mais em estrutura-meio. Eu não estou convencida disso, eu gostaria que o Governo demonstrasse a absoluta necessidade, porque, se nós não cuidarmos da saúde financeira do PREVIMPA, nós teremos problemas lá na frente. E todos nós sabemos que ordem de problemas nós temos, porque, na verdade, o caixa da Prefeitura vai ter de suportar. Então, há outros atendimentos como enfermeiros - e nós colocamos cargos aqui e aprovamos -, médicos, professores na ponta, que são justificáveis; criamos cargos de engenheiros, votamos os cargos que o Governo encaminhou e nós sabemos que tem estrangulamento para fiscalização de obra. Agora, no PREVIMPA, eu não tenho esses elementos; se alguém tiver elementos, Ver.ª Fernanda, que diga que o PREVIMPA não está com condições de trabalho e de atendimento dos funcionários... Eu não ouvi um funcionário se queixar que teve de esperar horas, que teve agendamento, portanto que é necessário aumentar a equipe do PREVIMPA.

Queria fazer esta reflexão, porque acho que temos de ser bem responsáveis com esta instituição fundamental para a Saúde do Município, não é só dos municipários! Eu falo aqui pelos municipários, mas, no Município, um fundo de previdência que dê certo vai aliviar muito o seu orçamento.

 

O Sr. Valter Nagelstein: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Ver.ª Sofia, a senhora foi Secretária da Educação do Município e eu lhe faço uma pergunta: não era sempre maior a demanda que a senhora tinha do que os cargos disponíveis para executar as tarefas? Eu tenho certeza de que era; na SMIC, era a mesma coisa, em todas as Secretarias. Nós, que conhecemos a realidade, estamos discutindo, mas, de fato, nós deveríamos chamar o Rigotti aqui, porque não me parece que sequer seja justo que ponhamos em dúvida a necessidade que o PREVIMPA tem, na medida em que manda um Projeto de Lei para cá dizendo que tem necessidade. Ora, se ele manda um Projeto, é porque, de fato, tem, e parece que não cabe a nós desconfiar ou achar que há uma conspiração ou que queremos inchar o órgão, que o queremos quebrar.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: DesculPadre Se V. Exa. trabalha com a boa-fé, eu me dou o direito de querer explicações, de fato, de quais as demandas reprimidas, quais os problemas que o PREVIMPA tem de funcionamento. Hoje eu não vi isso aqui sustentado e, portanto, não estou convencida.

De todos os funcionários que conheço e com quem me relaciono, ninguém se queixou para mim de que o PREVIMPA não esteja fazendo um bom atendimento, ou que não atenda o suficiente. Portanto...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, solicito adiamento da discussão do PLE nº 063/11 por três Sessões.

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. João Antonio Dib, solicitando adiamento da discussão do PLE nº 063/11 por três Sessões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Sr. Presidente, antes de iniciarmos a votação do novo Projeto, eu queria requerer à Mesa que, ouvido o Plenário, fizéssemos um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Dr. Farid Germano.

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Deferimos o pedido.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 3594/11 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 005/11, que consolida a legislação sobre criação, comércio, exibição, circulação e políticas de proteção de animais no Município de Porto Alegre e revoga legislação sobre o tema. Com Emenda no 01.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Adeli Sell: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto e da Emenda nº 01.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, I, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia em 21-12-11;

- retirada as Emendas nos 02 e 03;

- discutiram a matéria os Vereadores A. Sell, F. Melchionna, S. Cavedon, M. Celeste, J. A. Dib, R. Pujol e M. Pinheiro em 02/04/12;

- adiada a discussão por duas Sessões, em 02-04-12.

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Em discussão o PLCE nº 005/11 (Pausa.) Não há quem queira discutir.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, só um esclarecimento: essa matéria teve adiada a votação, a meu pedido, porque eu, por cautela, queria conferir o que estávamos realmente revogando. Verifiquei tudo, está correto o Projeto, e eu retirei inclusive a Emenda que revogava o art. 83. Então, estão retiradas as Emendas nº 02 e nº 03. Só há a Emenda nº 01.

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Certo, foram retiradas as Emendas nº 02 e nº 03.

Em votação a Emenda nº 01 ao PLCE nº 005/11. (Pausa.) Em votação nominal, solicitada por esta presidência, a Emenda nº 01 ao PLCE nº 005/11. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 27 votos SIM.

Em votação nominal, solicitada por esta presidência, o PLCE nº 005/11. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 25 votos SIM.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Na votação anterior, o meu voto não foi registrado, e eu sou favorável também ao Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Está feito o registro, nobre Vereador.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Em vez de 25, são 26 votos.

 

 

 

REQUERIMENTO - VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. Nº 010/12 – (Proc. nº 0435/12 – Ver. João Antonio Dib) – requer a realização de Sessão Solene, no dia 8 de maio, às 17 horas, destinada a assinalar o transcurso do Dia das Mães.

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Constará dos Anais, nobre Vereador.

Em votação o Requerimento nº 010/12, de autoria do Ver. João Antonio Dib. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza – às 17h41min): Está encerrada a Ordem do Dia.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 0852/08 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 023/08, de autoria do Ver. Nilo Santos, que altera o “caput” do art. 21 e o “caput” do art. 22 e inclui § 3º no art. 22, todos da Lei Complementar nº 626, de 15 de julho de 2009 – que institui o Plano Diretor Cicloviário Integrado e dá outras providências –, dispondo sobre os locais onde devem ser construídos estacionamentos de bicicletas, e revoga a Lei nº 6.781, de 4 de janeiro de 1991.

 

PROC. Nº 4047/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 237/11, de autoria do Ver. Dr. Raul Torelly, que institui a internação involuntária de usuários ou dependentes de drogas no Município de Porto Alegre.

 

PROC. Nº 0597/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 045/12, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que concede o título de Cidadão de Porto Alegre ao senhor José Néri da Silveira.

 

PROC. Nº 0624/12 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 008/12, de autoria do Ver. Dr. Raul Torelly, que concede a Comenda Porto do Sol, in memoriam, ao senhor Moacyr Jaime Scliar.

 

PROC. Nº 0625/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 050/12, de autoria do Ver. Dr. Raul Torelly, que denomina Unidade de Pronto Atendimento Moacyr Scliar o equipamento público atualmente conhecido como UPA Zona Norte.

 

PROC. Nº 0629/12 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 009/12, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que concede a Comenda Porto do Sol ao Conselho Regional dos Corretores de Imóveis 3ª Região – CRECI-RS.

 

PROC. Nº 0660/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 056/12, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que inclui a Semana da Fraternidade Maçônica no Anexo II à Lei nº 10.903, de 31 de maio de 2010 – que institui o Calendário de Eventos de Porto Alegre e o Calendário Mensal de Atividades de Porto Alegre, dispõe sobre a gestão desses calendários e revoga legislação sobre o tema –, e alterações posteriores, na última semana de junho.

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, comento, em 1ª Sessão de Pauta, o PLCL nº 023/08, de autoria do Ver. Nilo Santos, que altera o caput do art. 21 e o caput do art. 22 e inclui § 3º no art. 22, todos da Lei Complementar nº 626, de 15 de julho de 2009 – que institui o Plano Diretor Cicloviário Integrado e dá outras providências –, dispondo sobre os locais onde devem ser construídos estacionamentos de bicicletas, e revoga a Lei nº 6.781, de 4 de janeiro de 1991.

Esse tema do Plano Cicloviário está no papel há alguns anos, mas, em primeiro lugar, se há algum movimento, hoje, na Cidade, para que haja ciclovias, deve-se, sim, à tragédia do atropelamento de ciclistas e à militância dos grupos organizados que andam de bicicleta na Cidade.

 

O Sr. Engenheiro Comassetto: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Ver.ª Sofia, eu consulto aqui o Governo Municipal e seu Líder, Ver. João Antonio Dib, porque, quando nós aprovamos o Plano Diretor Cicloviário, contemplava todo sistema, inclusive os estacionamentos. Agora, um Vereador da base entra com um projeto propondo os locais de estacionamentos; então nós precisamos receber essas informações do Executivo, se isso já está proposto ou não. Muito obrigado.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Exatamente, a pauta é para esse início de diálogo, mas quero aproveitar o tema, porque não pude me debruçar sobre quais as propostas do Ver. Nilo. Eu acho complicado definir a priori locais de estacionamentos. Em tese, todos os locais devem ter previsão de onde se colocar a bicicleta. Agora eu tenho, aos finais de semana - às vezes domingo ou sábado - andado de bicicleta para me deslocar de um lugar para outro. Digo a V. Exas. que a postura dos motoristas de carro ainda é assustadora: eles acham que tu deves sair da frente... Primeiro, não sabem que, no Código de Trânsito, a bicicleta deve andar na via, que ela está prevista como veículo, que os motoristas têm que deixar uma distância de 1,5 metro; não sabem ou acham isso uma bobagem e ainda fazem o cúmulo de buzinar atrás quando a gente está andando; buzinam e tocam a toda velocidade para passar e passam raspando no ciclista. É assustadora a postura dos motoristas, que não têm noção do risco que o ciclista passa, pela diferença de exposição entre alguém que anda de automóvel e outro que anda de bicicleta.

A mudança cultural depende de um trabalho intenso. Eu quero cobrar isso da Prefeitura. Acho que a gente tem que começar a organizar as ciclovias com a leitura de quem anda de bicicleta - isso é muito importante -, porque é muito diferente ser um técnico, pensar em ciclovias, de escutar quem anda de bicicleta todo dia, quem tenta ir trabalhar, quem tenta utilizar a bicicleta como meio para ir estudar. É preciso escutá-los - os ciclistas de Porto Alegre estão organizados em vários grupos -, como fizemos, Ver. Mauro Zacher, para fazer o projeto dos nossos novos estacionamentos de bicicleta, que está em andamento na entrada da Câmara...

 

(Aparte antirregimental do Ver. Mauro Zacher.)

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Exatamente. O Ver. Mauro Zacher está dizendo que está muito bonito. Mas eu quero contar aqui que nós chamamos os ciclistas, porque fomos cobrados, em uma Audiência Pública aqui na Casa ano passado, que apenas tínhamos dois ferros para amarrar as bicicletas. Então, incluímos na obra geral, que está acontecendo agora, um estacionamento de bicicletas, mas chamamos os ciclistas, e eles discutiram com os nossos arquitetos, com a equipe que tinha sido contratada. Então, espero que tenhamos – e acho que teremos – um estacionamento de bicicleta muito adequado. Quem sabe a gente reconheça o conhecimento de quem anda de bicicleta, para atitudes, para políticas, para desenhos que têm que ser realizados na Cidade.

Vou voltar a insistir na ciclofaixa como outros já falaram aqui. Como não dá para construir, Ver. Cecchim, ciclovia por tudo, se houver uma ciclofaixa desenhada nas principais vias, os motoristas vão começar a se dar conta de que ali estarão os ciclistas andando e vão desviar, vão dar o espaço necessário, vão deixá-los mais protegidos.

De fato, temos que criar símbolos físicos, visuais, para mudar posturas de motoristas de carro e de ônibus. O estacionamento de carro também é um complicador da vida dos ciclistas. Andar na Av. Osvaldo Aranha é muito complicado! Na Av. Osvaldo Aranha e em uma parte da Av. Protásio, vou para a calçada, que é irregular, que é inadequado, é estreito em uma parte da Av. Protásio Alves, tem estacionamento em alguns lugares. Tu tens que desviar, tu tens que cuidar, e quem está vindo não quer nem saber se há ou não ciclistas. São pouquíssimos, ainda, os motoristas sensibilizados com o ciclista, que continua invisível. Então, ao lado de um Plano Diretor que tem que sair do papel, de mudanças, de construção de ciclovias, tem que haver investimento na mudança de postura e na mudança cultural. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste nas galerias e pela TVCâmara, venho a esta tribuna em período de Pauta, Ver. Dib, nosso Líder do Governo, também para fazer menção e referência a alguns projetos que tramitam na Pauta. O primeiro deles, do Ver. Raul Torelly, que institui a internação involuntária de usuários ou dependentes de drogas no Município de Porto Alegre.

Faço referência a esse Projeto, até na condição de ser da bancada jovem da Câmara, dizer que realmente o crack tem tomado conta das ruas e da nossa juventude na nossa Cidade.

Quero dizer que a nossa Bancada também é composta pelo Ver. Dr. Thiago, que é médico e que tem uma iniciativa importante, que é o Centro Integrado de Combate à Drogadição; acho que o nosso governo, quando instituiu e criou a Secretaria Municipal da Juventude, hoje sob a responsabilidade do nosso companheiro Luizinho, tem atentado e tem despendido recursos públicos, no sentido de instituir políticas públicas que possam combater o uso de drogas, especialmente no nosso público jovem da nossa Cidade.

Então, queria aqui dizer que, realmente, em algumas situações em algumas situações, a internação involuntária é necessária, infelizmente. A gente tem visto muito na televisão - não é, Ver. Tarciso? - algumas mães que acorrentam os seus filhos no desespero de não saber mais como fazer para enfrentar a dependência química, então eu acho importante que a Câmara enfrente essa matéria, debatendo esse assunto, porque diz respeito às futuras gerações. Nós precisamos ter os nossos olhos atentos para a questão das dependências químicas, vendo de que maneira nós podemos apoiar iniciativas como estas aqui, que, realmente, podem, muitas vezes, inclusive, salvar vidas.

Eu quero também fazer referência aqui ao Projeto do Ver. Nilo Santos, que foi comentado também pela Vereadora que me antecedeu aqui no período de Pauta, que institui o Plano Diretor Cicloviário Integrado, dispondo sobre locais onde devem ser construídos estacionamentos para bicicletas. Eu acredito que o tema Ciclovias e Bicicletas passaram a ser parte da agenda positiva da Cidade, por iniciativa de um projeto de lei do Executivo, que criou o Plano Diretor Cicloviário. Então, eu acho que se Porto Alegre, hoje, pensa em ter 400 quilômetros de ciclovia, se hoje, nos termos de compensação e mitigação dos empreendimentos na Cidade, está na pauta a questão das compensações com a implementação de Ciclovias, isso ocorre porque nós entendemos que essa era uma política necessária em Porto Alegre.

Eu queria dizer, inclusive - e o Ver. Mauro Zacher também é um Vereador que tem batalhado pelas ciclovias -, que a bicicleta é o meio de transporte mais utilizado no mundo, e que nós não podemos conceber mais uma Cidade, uma Capital como Porto Alegre, que não pense em espaços para que as pessoas andem de bicicleta, que as pessoas possam, inclusive, dirigir-se ao seu emprego, às suas escolas, através de bicicletas. E por que não pensar também numa política de estruturação de estacionamentos para bicicletas? A gente teve uma pauta recente com o Ver. Nagelstein, que já estava trabalhando no sentido de prever estacionamentos de bicicletas no Mercado Público, e hoje, nós temos, inclusive, esse tema aflorado, com debates importantes, como foi o caso da proteção no Arroio Dilúvio, em que se realizou um concurso para se estabelecer ali uma proteção para que os ciclistas não venham a cair ou ter algum incidente dentro do Riacho Ipiranga. Então, nos parece que essa também é uma pauta importante que está presente na agenda da Cidade.

Nós entendemos, sim, que a bicicleta é um meio importante, e que bom que o Ver. Nilo Santos traz a esta Câmara Municipal este assunto: a construção de estacionamentos para bicicletas. E eu quero dizer que nós estamos acompanhando atentamente essas tramitações.

Eu vejo aqui também alguns outros projetos importantes. Eu quero saudar aqui o Ver. Bernardino, nosso irmão de ordem, que inclui a Semana da Fraternidade Maçônica no Anexo II à Lei nº 10.903, de 31 de maio de 2010, que institui o Calendário de Eventos de Porto Alegre e o Calendário Mensal de Atividades de Porto Alegre, dispõe sobre a gestão desses calendários e revoga legislação sobre o tema. Nós, ao instituirmos aqui a Semana da Fraternidade Maçônica, estaremos fazendo referência ao povo maçônico, aos irmãos e às lojas do Grande Oriente, às grandes lojas, ao GOB, ao GORGS, enfim, aos graus filosóficos. Acho importante que possamos ter ali uma Semana que trate de políticas públicas de pessoas que trabalham para um bem comum, que têm uma formação dentro da Ordem maçônica e que vão ter uma Semana específica destinada a tratar de políticas públicas e de uma atuação do povo maçônico para o bem da Cidade.

 

O Sr. Tarciso Flecha Negra: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Márcio Bins. Eu estava ouvindo a tua fala sobre as drogas e quero dizer que essa é a minha preocupação, já há muitos anos, antes de ser Vereador.

Eu gostaria, depois, de falar um pouquinho sobre as drogas, porque eu convivo com esse problema há 18 anos. Só começando lá embaixo, desde os cinco ou seis anos, educando essas crianças, é que poderemos amenizar esse problema da droga.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Muito obrigado, Ver. Tarciso, que tem um trabalho reconhecido por todos e pela sociedade porto-alegrense.

A inclusão social, por meio do esporte, Vereador, também é uma maneira de combater e tirar a criançada do mundo das drogas. Quem está jogando futebol, quem está numa atividade cultural ou em uma atividade esportiva, está com a cabeça focada em disciplina e hierarquia, está ali recebendo uma orientação. Os meus cumprimentos pelo trabalho que o senhor desenvolve.

Encerro trazendo ao assunto da Pauta estas três considerações: internação involuntária, Projeto de autoria do Ver. Raul Torelly, importante e relevante; o Projeto do Ver. Bernardino, que trata da Semana da Fraternidade Maçônica; e considerações também ao Projeto de Lei do Ver. Nilo Santos, que trata da implementação de estacionamentos para bicicletas e de ciclovias, que é um tema tão relevante para a nossa Cidade. Obrigado pela atenção de todos.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Sr. Presidente, Ver. Mauro Zacher; ilustres colegas Vereadores, caro professor Pujol, venho à tribuna também para falar sobre esta questão levantada pelo Dr. Raul, de forma muito correta, que institui a internação involuntária de usuários e dependentes de drogas no Município de Porto Alegre. Eu já acompanhei diversos casos em que o usuário de droga, principalmente do crack, não quer se internar, fazendo com que as famílias, infelizmente, fiquem reféns desse processo todo, um processo familiar degradante. Mas com esta possibilidade o Ver. Raul tenta minimizar esse problema.

Eu tenho um Projeto aqui na Câmara que institui o Centro Integrado de Combate à Drogadição e que está para ir para a Ordem do Dia. Nós temos tentado costurar a viabilidade dele junto às Secretarias e às diversas Bancadas, pois ele tem como grande objetivo fazer a transversalidade da questão da drogadição entre as diversas Secretarias afins. Assim como nós temos lá no HPV, no Presidente Vargas - e foi um projeto, inclusive, do Dr. Raul -, o Centro Municipal de Planejamento Familiar, que nós possamos ter, seja no Hospital Presidente Vargas ou em algum outro lugar mais adequado, o Centro Integrado de Combate à Drogadição, com políticas voltadas à juventude, à cultura, Ver. DJ Cassiá, com inserção no mercado de trabalho, com assistência social, enfim, que possamos tratar de forma global e descentralizada as ações que devem ser feitas vinculadas ao paciente usuário de droga.

 

O Sr. DJ Cassiá: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Dr. Thiago, parabéns pelo tema que o senhor está nos trazendo. Este Projeto de sua autoria é um Projeto que tem conteúdo, porque ele fala de prevenção. Não adianta discutir, debater, sem ter, na verdade, um encaminhamento que se chama prevenção. Esse seu Projeto fala na prevenção. O seu Projeto fala de uma das poucas coisas que se fala neste País em tribunas que é a questão do investimento na Cultura. A Cultura também faz parte da prevenção, como a educação é fundamental e indiscutível, é o primeiro ponto. E seu Projeto, eu posso ter certeza disso, está no caminho certo, pois fala em prevenção. Precisamos investir imediatamente em Projetos que encaminhem à prevenção esses jovens e adolescentes, enfim, eu já não digo nem os jovens e os adolescentes, hoje até o pai e a mãe estão envolvidos, Ver. Dr. Thiago. Parabéns pelo seu Projeto, ele tem um conteúdo muito interessante, que vai salvar muitas vidas. Muito obrigado pelo aparte.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Muito obrigado, Ver. DJ Cassiá. Exatamente esse é o grande objetivo, atuar nas três vertentes, a partir desse centro integrado: atuar na questão da prevenção, atuar na questão do tratamento e na questão da ressocialização desses jovens. Não adianta nós acabarmos internando esse jovem; infelizmente, hoje em dia, não é mais jovem. A questão da drogadição, principalmente o crack, está democraticamente disseminada na nossa sociedade. Não são só as classes menos privilegiadas que têm contato com isso. Isso está democraticamente espalhado tanto na classe mais alta, quanto na classe mais baixa.

Esses dias eu até comentava que eu tive uma questão que me tocou muito fundo de um amigo, colega, médico que nós tivemos que fazer um aparato para, de forma a ajudá-lo, interná-lo mesmo contra a sua vontade. Sem dúvida nenhuma essa questão é importante, mas só ela não adianta. Nós temos que atuar na prevenção, no tratamento e na ressocialização. E o quanto são importantes as políticas de prevenção, como dizia o Ver. DJ Cassiá. A terapia comunitária, as comunidades, a partir de suas lideranças, formarem redes que possam proteger as pessoas mais suscetíveis à droga, isso é fundamental. A questão da ressocialização, ou seja, dar uma outra fonte de renda a esse usuário, para que ele não volte para a sua comunidade e sirva de “aviãozinho”. Então, é importante que se possa criar todo um clima para que se atue contra esse problema complexo que é a grande chaga social, que é o grande câncer do século XXI, que é a questão da drogadição. Por isso a atuação transversal de diversas Secretarias no intuito de proteger a entrada, de ter um tratamento efetivo e de, por fim, conseguir ressocializar e colocar esse usuário de volta na sua comunidade; isso, realmente, é muito importante. Eu quero deixar aqui essa reflexão, esse Projeto que temos tentado costurar com o conjunto das Bancadas para que, efetivamente, possa ser aprovado pelos Vereadores. Sem dúvida nenhuma, com a participação direta e muito importante da Secretaria Municipal de Saúde, precisamos repetir a experiência exitosa do Centro Municipal de Planejamento Familiar com o combate à drogadição. Muito obrigado; obrigado, Ver. DJ, estamos juntos para construir esse Projeto.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores; em discussão de Pauta, nós temos vários assuntos extremamente relevantes. Um deles foi amplamente aqui comentado pelo nosso querido Ver. Dr. Thiago e diz respeito ao PLL nº 237/11, de autoria do Ver. Raul Torelly, que institui a internação involuntária de usuários ou dependentes de drogas no Município de Porto Alegre. Saliento que esse é um Projeto que já vem, Ver. Bernardino Vendruscolo, desde o ano 2011, e vem se somar a esse conjunto de propostas que encerra com a homenagem que V. Exa. pretende, Ver. Bernardino, que é incluir a Semana da Fraternidade Maçônica no Anexo II à Lei nº 10.903, de 31 de maio de 2010, que institui o Calendário de Eventos de Porto Alegre e o Calendário Mensal de Atividades de Porto Alegre, dispõe sobre a gestão desses calendários e revoga legislação sobre o tema, e alterações posteriores, na última semana de junho. Mas, ao lado dessa proposta do Ver. Bernardino Vendruscolo, duas outras, do Ver. Dr. Raul Torelly, me parecem absolutamente relevantes. São as propostas da concessão, in memoriam, ao escritor Moacyr Jaime Scliar da Comenda Porto do Sol, bem como a denominação da Unidade de Pronto Atendimento Moacyr Scliar ao equipamento público atualmente conhecido como UPA Zona Norte. É evidente, Sr. Presidente, que todas essas homenagens são absolutamente corretas, mas eu quero dar ênfase muito especial, Ver. Bernardino Vendruscolo, a sua proposta que concede a Comenda Porto do Sol ao Conselho Regional dos Corretores de Imóveis 3ª Região, o Creci-RS. V. Exa. não desconhece que, entre os fundadores, entre os instituidores do Creci, o meu pranteado pai se incluía. E neste ano em que ele completaria 100 anos de existência, em 3 de setembro, saber que o Creci está recebendo essa distinção que V. Exa., com autoridade de ser corretor de imóveis está propondo, certamente, em algum lugar desse mundo de Deus, ele deve estar satisfeito. E eu mais ainda de poder estar aqui, na tribuna, apoiando uma proposta com essa característica e honrado agora com o seu aparte.

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: Obrigado, Ver. Reginaldo Pujol, pelo apoio ao Projeto. V. Exa. tem um reconhecimento muito claro no mercado imobiliário pelo trabalho que vem desenvolvendo ao longo dos anos. Nós estamos concedendo essa premiação, essa homenagem ao Conselho em razão dos seus 50 anos de existência. Aqui em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, o Conselho Regional dos Corretores de Imóveis vem fazendo um trabalho maravilhoso, e esta Casa faz esse reconhecimento. Eu agradeço o apoio de todos os Vereadores, especialmente o de V. Exa., pois também tem esse reconhecimento dos profissionais do mercado imobiliário. Obrigado.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Eu agradeço o aparte de V. Exa., que apenas oportuniza que eu sublinhe melhor essa sua iniciativa pelas razões que já expus. É evidente que eu gostaria, inclusive, de estar presente no dia em que a Casa viesse a decidir. Quem sabe eu não estarei?! Espero que, em determinada circunstância, isso possa ocorrer. Mas, de qualquer sorte, eu gostaria de que constasse nos Anais da Casa esta minha manifestação de aplauso à iniciativa do Ver. Bernardino Vendruscolo, e a minha confiança de que ela terá uma tramitação tranquila, célere e redundará, ao final e ao cabo, na sua aprovação, penso eu, por unanimidade da Casa. Todos nós sabemos que a implantação no Conselho Regional dos Corretores de Imóveis no Rio Grande do Sul marca de forma muito positiva o início da regulamentação da profissão de corretor de imóveis e todas as consequências fecundas que daí advêm, inclusive o estabelecimento da respeitabilidade desse profissional que, obviamente, vem merecendo tal condição, na medida em que o Conselho é integrado por homens e mulheres de qualidades pessoais indiscutíveis - e, agora, bem preparados nos cursos de preparação que o Conselho promove e que passaram a ser condição para o exercício da profissão.

Então, Ver. Bernardino Vendruscolo, meus cumprimentos, meus parabéns e a minha convicção de que este Projeto haverá de ter trânsito tranquilo, seguro e, finalmente, desembocará numa aprovação que eu almejo que seja pela unanimidade da Casa.

Muito obrigado, Sr. Presidente. Eram esses os comentários que eu tinha a oferecer nesta discussão preliminar de Pauta, no final do expediente do dia de hoje.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): A Ver.ª Maria Celeste está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, com certeza vou usar menos tempo desta vez, serei breve. O que me preocupa, especialmente, neste Projeto - um bom Projeto do Ver. Nilo Santos que eu estava avaliando -, é que nós votamos o Plano Cicloviário há dois ou três anos e, efetivamente, até agora, ele não saiu do papel por dificuldades; talvez, este ajuste que o Ver. Nilo está propondo venha justamente da necessidade e da importância desse meio de transporte que ainda é subutilizado na cidade de Porto Alegre. A população tem a bicicleta, especialmente no Centro da Cidade, muito mais para o lazer e para o deslocamento em atividades de lazer do que efetivamente para o uso do transporte - o que ocorre muito na periferia da Cidade. Nós temos uma preocupação muito grande nesse sentido, e o Plano Cicloviário tinha aquele traçado da Região Norte-Nordeste, principalmente porque ali no entorno do Porto Seco existem muitas fábricas, pequenas fábricas, pequenos comércios e há um grande número de funcionários que se desloca, naquelas grandes avenidas do acesso ao Porto Seco especialmente, com bicicleta. Preocupa-nos muito porque há um traçado já colocado no Plano Cicloviário da Cidade e não há a obra ainda feita; não há sequer o início de projeção dessa obra tão importante para a Cidade. Portanto, o Plano Cicloviário tão discutido, tão encantado e decantado, simplesmente não sai do papel porque ficou, com certeza, dentro de alguma gaveta em alguma Secretaria do Município de Porto Alegre.

Especificamente, o que o Ver. Nilo Santos agrega aqui é que efetivamente existam estacionamentos e que sejam construídos também nos grandes equipamentos da Cidade estacionamentos próprios para as bicicletas, para que as pessoas possam usá-las adequadamente. O que ele agrega é o Anexo 4 da Lei que já foi criada no Plano Cicloviário, e o que ele está acrescentando é a construção desses espaços nos shopping centers e supermercados da Cidade. O Vereador está aqui reafirmando aquilo que já está dado no Anexo 4, mas que ainda, efetivamente, não saiu do papel. E ele agrega, muito mais do que os centros comerciais, a necessidade de implantação desses espaços nos shoppings e nos supermercados - uma grande iniciativa do Ver. Nilo Santos, que esperamos que também não fique apenas no papel. Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pela oradora.)

O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Está encerrado o período de Pauta. Nada mais havendo a tratar, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h14min.)

 

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